Sindicalistas querem revisão da política econômica para aumentar de empregos no país

21/09/2007 - 18h53

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), em conjunto com outras entidades sindicais e da sociedade civil, lançou ontem (20), no Clube de Engenharia, no Rio de Janeiro, à Campanha Nacional pelo Pleno Emprego. O objetivo é criar um espaço de debate sobre o modelo econômico existente no Brasil, como explicou o diretor de Comunicação e Relações Internacionais da NCST, Sebastião Soares. Ele destacou a “necessidade, por exemplo, de se inverter a formação do superávit primário em benefício da criação de empregos”.O projeto visa rever a política macroeconômica brasileira para reduzir a taxa de juros no país e  aumentar o investimento estatal na geração de emprego. “Porque  a constatação é que o fundamental para o país é a criação de emprego. Esse é um grande gargalo existente. Uma taxa de 10% de desemprego no país é muito elevada. Então, a criação de mais empregos significaria o aquecimento do mercado interno, significaria o crescimento da economia. E não é inventando nada. É algo que já foi feito em quase todos os países desenvolvidos do mundo”, explanou Sebastião Soares.A campanha tem como meta angariar 1,3 milhão de assinaturas para que o Projeto de Lei de Iniciativa Popular do Pleno Emprego possa ser levado ao Congresso Nacional. O diretor da NCST revelou que serão criadas coordenações em vários Estados nas principais regiões do país. O projeto prevê, inclusive, a realização de  eventos em algumas assembléias legislativas,  para que essas casas sejam o centro da coleta das assinaturas, visando também  o envolvimento da Frente Parlamentar pelo Pleno Emprego, já constituída e que dará suporte no desenvolvimento da campanha.O próximo encontro para lançamento  do projeto está programado para Brasília, em outubro, em data ainda a ser fixada. Até o final do ano, serão efetuadas reuniões com o mesmo objetivo em São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG) e Curitiba (PR). A idéia é que no início da legislatura de 2008, entre os meses de março e junho, a coleta de assinaturas  esteja concluída e o Projeto de Lei de Iniciativa Popular do Pleno Emprego já possa ser encaminhado à Câmara e ao Senado.Um dos formuladores teóricos do projeto é o economista Márcio Pochmann, atual presidente do Instituto de Pesquisas Aplicadas (Ipea). Hoje (21), após participar da assinatura de convênio no rio, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, disse que apóia a campanha pela mobilizaçãodo pleno emprego. “Sou a favor. Eu acho que essa campanha émuito positiva para a sociedade porque todo trabalhador quer ter o seu emprego, mas com seus direitos reconhecidos. Dentro doMinistério do Trabalho, nós defendemos muito osdireitos dos trabalhadores”, afirmou.O ministro analisouque a Consolidação das Leis do Trabalho(CLT), criadapelo ex-presidente Getúlio Vargas há meio século,“ainda está muito atual". "Não se encontrou umafórmula  mais eficiente de garantir àquelesque precisam ter os seus direitos  preservados que a CLT”.