Qualidade de cursos de qualificação profissional será avaliada pelo Inmetro

21/09/2007 - 18h27

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A certificaçãodos serviços prestados por organismos de treinamento pararequalificação profissional, ou seja, a certificaçãodos cursos de treinamento e qualificação é umsegundo produto previsto no convênio firmado hoje (21) peloMinistério do Trabalho com o Instituto Nacional de Metrologia,Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). Oprimeiro produto, já em curso, visa garantir a qualidade e asegurança dos equipamentos de proteçãoindividual no trabalho.O ministério desenvolve cursosem todo o Brasil para qualificar o trabalhador para o novo emprego.“Mas nós precisamos ter uma garantia de que quem estádando os cursos de qualificação tem competência,tem qualidade para isso”, explicou o ministro do Trabalho, CarlosLupi. Ele revelou que para o ano que vem, o presidente Luiz InácioLula da Silva autorizou verba de R$ 1 bilhão para o ministériona área da qualificação profissional. Este ano,a dotação do ministério para essa áreafoi de R$ 205 milhões.O projeto ainda estásendo elaborado em conjunto com o Inmetro para definir uma maneira demelhorar a qualidade de quem ministra esses cursos, segundo salientouCarlos Lupi. O objetivo é “saber se esses cursos, essasinstituições que vão fazer essas qualificaçõestêm realmente condições de fazê-lo”. Oprojeto prevê que todas as entidades que possuem convênioscom o Ministério do Trabalho na área de requalificaçãoterão que ter o selo de qualidade do Inmetro.“Semesse selo, não poderão fazer os nossos cursos. Comisso, eu protejo o Ministério do Trabalho de qualquer empresa,organização não governamental ou instituiçãoque não tenha preparo, qualificação para fazeresse tipo de curso”. A apresentação do selo doInmetro passará a ser um pré-requisito para acelebração de convênios de treinamento detrabalhadores com o ministério.Carlos Lupi revelou quea partir de convênio firmado há dois meses com o governoitaliano, o Ministério do Trabalho pretende construir umprimeiro centro de certificação da qualidade no Brasil,seguindo o modelo adotado na região de Turim, naquele país.Lupi afirmou que o ministério já tem autorizaçãopara a construção de um primeiro centro no Brasil,preferencialmente em um Estado da região Nordeste.“Nossaintenção é fazer o primeiro centro no Nordeste,pela necessidade e crescimento que tem aquela região”,reiterou. A proximidade da Europa e Estados Unidos, favorecendo avinda especialistas estrangeiros, é outro ponto tambéma favor da escolha do Nordeste para sediar essa primeira unidade decertificação da qualidade dos cursos de treinamento noBrasil, explicou Carlos Lupi.O ministro disse que a idéiaé fazer um centro tripartite, que será dirigido porgoverno, sindicato patronal (empregadores) e sindicato dostrabalhadores, “para que tenha uma noção para toda asociedade que o governo não quer fazer uma coisa para ele.Quer fazer para a sociedade, para a população”. Seráum trabalho pioneiro, conforme especificou o ministro, no sentido depreparar professores encarregados da requalificação detrabalhadores. “Na verdade, a gente quer fazer um 'campus'universitário de ponta para preparar quem qualifica."Opresidente do Inmetro, João Jornada, considerou que esse éum assunto da maior relevância “porque, dependendo daqualidade desses cursos, esse trabalho vai ser feito com eficiênciaou não. Ter um processo estruturado que pode demonstrar deforma objetiva que o curso atende a esses requisitos é muitoimportante”. Jornada avaliou que devido ao grande número defornecedores, é difícil saber quais são os queestão trabalhando bem e vão realmente dar aotrabalhador a quantidade de conhecimentos que vai fazer com que eleseja adequadamente inserido no mercado de trabalho.