Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Ministério dasCidades lançou hoje (21), no seminário sobre a 7ªJornada Brasileira Na Cidade Sem Meu Carro, o Caderno de Referênciapara Elaboração de Plano de Mobilidade por Bicicletanas Cidades. Os 3 mil exemplares da publicação, comorientações técnicas para as prefeiturasintegrarem a bicicleta ao sistema viário, serãodistribuídos inicialmente para os municípios com maisde 60 mil habitantes, e posteriormente, para os demais.O caderno tambémreúne dados sobre o uso de bicicletas no Brasil. Atualmente,há 2,5 mil quilômetros de ciclovias no Brasil, em 279cidades. Em 2002, eram apenas 600 quilômetros. Mesmo assim, osdados mostram que em outros países as cicloviasganharam mais atenção. Só em Munique, cidadealemã, são 1,4 mil quilômetros, o que incluiestacionamentos e serviços de atendimento especial parasocorros urgentes.De acordo com ocaderno, o Brasil é o terceiro maior produtor mundial debicicletas, com 4,2% da produção mundial, perdendoapenas para a China (66,7%) e a Índia (8,3%). Estima-se que existam atualmente no Brasil 75 milhões de bicicletas,resultado de uma produção anual de 5,5 milhões,com tempo de durabilidade das unidades estimado em sete anos. Segundo o diretor de Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades, Renato Boareto, aquantidade de bicicletas no Brasil supera a de veículos automotores, quechegam a 22 milhões. Entretanto, afirmou Boareto, as cidadesnão vão suportar aumento da quantidade de carros nasruas, por questão de espaço, e também devido àsagressões ao meio ambiente. Ele destacou a necessidade de os municípios garantirem segurançapara o ciclista, com redução da velocidade dos carrose sinalização adequada. “Não é precisoum sistema específico para as bicicletas, que podem usar asruas normalmente. O que as prefeituras precisam fazer émelhorar a segurança com sinalização e,eventualmente, construir ciclofaixas e até ciclovias”, explicou.Para economista MariaElizabeth Silva Davison, de 58 anos, mãe do ciclista Pedro, quemorreu aos 25 anos em 2006, quando andava de bicicleta em uma via de Brasília, épreciso haver decisão política para daroportunidade às pessoas de escolher ter como veículo abicicleta. “A cultura implantada é que só o carromerece respeito, mas a bicicleta também é um meio detransporte. Portanto, merece seu espaço de locomoçãoe mobilidade nas cidades.”Segundo Maria Elizabeth, o filhobuscava respeitar o meio ambiente, e um dos meios de preservar anatureza é usar menos o carro. Por isso, Pedro costumava irtrabalhar, e até viajar, de bicicleta. “Essa é umadecisão importante das pessoas [andar de bicicleta]. Éuma atitude individual resolver andar de bicicleta para respeitar aminha saúde e a do planeta.”