Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Polícia Civil ainda não definiu a motivaçãodo crime contra o jornalista Amaury Ribeiro Júnior. “Nãoé só tráfico de drogas, pode ter sido umatentativa de roubo”, disse a delegada responsável pelasinvestigações, Adriana Fernandes de Carvalho, ementrevista à Agência Brasil.O jornalista foi baleado nanoite de quarta-feira (19), no município goiano de CidadeOcidental, a 48 quilômetros de Brasília, onde fazia uma série de reportagens sobre o tráficode drogas e a violência local para o jornal CorreioBraziliense.Segundo a delegada, todas as hipóteses são possíveis. “Aindaé cedo, não posso descartar nada”. Testemunhas informaram que o criminoso teria gritado “Assalto!” aochegar no local e, em seguida, atirou no jornalista.O ministro Tarso Genro ordenou que a Polícia Federal participe das investigações. Por lei,a PF pode entrar no caso pela hipótese de o crime ter sido umatentado.Adriana de Carvalho informou que a Polícia Civil já tem novossuspeitos. No primeiro dia de investigações, uma pessoa foi detida, mas liberada em seguida. Uma testemunha convocada para reconhecer o suspeito deu nota sete,numa escala que vai de zero a dez. Adriana de Carvalho nãosoube dizer quando ficará pronto o exame nasmãos do suspeito para detectar vestígios de pólvora.Apolícia já concluiu o exame de balística e aperícia no local do crime. O buraco na parede feito por umadas três balas disparadas foi cimentado assim que a polícia terminou o trabalho.Apenas uma bala acertou o jornalista perto da barriga. Ele foioperado e passa bem.Ontem(20) de manhã, a delegada se reuniu com cerca de 15 policiais de Inteligência da Cidade Ocidental e Luziânia (no entorno do DF), de Goiás e doDistrito Federal.Acooperação entre as polícias está prevista na RedeIntegrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride/DF),criada pela Lei Complementar nº 94/1998. De acordo com essa legislação, 19municípios de Goiás, de Minas Gerais, do DistritoFederal e a União promovem ações conjuntas em váriasáreas, incluindo segurança pública.Segundoa delegada, não é uma ação nova provocadapelo caso. “A cooperação pode ajudar a elucidar ocaso mais rápido, mas já existia antes e vai continuar,independentemente desse caso”.O município de Cidade Ocidental conta com 13 agentes da Polícia Civil, incluindo a delegada. Omunicípio dispõe de três viaturas, o que para Adriana de Carvalho “sãosuficientes” para o patrulhamento da região.Nesta semana, o governo de Goiás anunciou a compra de 172 viaturas. Deacordo com o prefeito da Cidade Ocidental, PlínioAraújo, que participou da cerimônia, cerca de dezveículos devem ir para o município, mas o númeroainda não foi anunciado pelo governador.