Povos das florestas discutem como proteger biodiversidade e melhorar vida de comunidades

20/09/2007 - 20h30

João Porto
Da Rádio Nacional da Amazônia
Brasília - O segundo dia do 2ºEncontro Nacional dos Povos das Florestas foi marcado por uma questãocontroversa: como combinar a preservação dabiodiversidade com a redução da pobreza dascomunidades tradicionais.Palestrante doencontro, o diretor do Memorial Indígena, Marcos Terena,afirmou que os povos indígenas viviam livres do consumo e eramsoberanos. Ele disse que, com a intervenção dosnão-índios, o modo de pensar dos indígenastambém mudou, e que para compensar a mudança o governofederal precisa implantar projetos nas aldeias para que esses povospossam sobreviver utilizando novos modos de produção."Todos esses programas que chegam nas aldeias indígenasnão são concessões do governo. Na verdade, ogoverno paga em doses homeopáticas as prestaçõesde tanta violência aos povos indígenas", comentou.Já o membro doConselho Nacional de Seringueiros Pedro Ramos, que integra a ComissãoNacional de Desenvolvimento Sustentável dos PovosTradicionais, defendeu que o os povos das florestas sejam levados emconsideração nos projetos que visam a fortalecer amacroeconomia, como o Programa de Aceleração doCrescimento (PAC).Uma das iniciativaspara contemplar tanto questões ambientais como a subsistênciadas comunidades foi discutida no encontro: os corredores ecológicos.“A idéia de corredores é para organizar a diferenteatuação dos atores existentes na floresta para queocorra desenvolvimento sustentável e conservação”,explicou o diretor de Articulação de Açõesna Amazônia do Ministério do Meio Ambiente. No âmbito doPrograma Piloto para a Proteção das Florestas Tropicaisdo Brasil (PPG7), estão em teste dois corredores desse tipo,sendo um na Amazônia e outro na mata atlântica. SegundoAndré Lima, eles têm um orçamento de R$ 70milhões, dos quais entre 30% e 40% já foram usados. Osrecursos vêm do governo federal, dos estados envolvidos e decooperação internacional.