Combate ao aquecimento global avançou muito em 15 anos, avalia secretário

19/09/2007 - 19h22

Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O secretário executivo da ComissãoInterministerial de Mudança Global no Clima, vinculada aoMinistério da Ciência e Tecnologia, José Miguez,avaliou como positivos os avanços realizados no mundo paraenfrentar a ameaça do aquecimento global desde a realizaçãodesde a Conferência das Nações Unidas sobre oAmbiente e o Desenvolvimento, a Rio-92 (ou Eco-92).“Eu acredito que nós avançamosmuito em 15 anos”, comentou. “O Mecanismo de DesenvolvimentoLimpo [MDL] tem hoje no mundo 2.400 projetos sendodesenvolvidos, com uma redução esperada de 3,8 bilhõesde toneladas de gás carbônico. Basicamente, na China,Índia e Brasil, que somam 80% dessa redução. Asregras do Protocolo de Quioto permitem que se faça oatendimento das metas ao menor custo, então a Europaestabeleceu o comércio de emissões [de carbono]europeu, que está fazendo uma revolução emtermos das empresas se preocuparem com suas emissões. Estamosno caminho certo e avançando muito rapidamente nas reduções."De acordo com Miguez , os países emdesenvolvimento têm parcela muito pequena no aquecimentoglobal, pois começaram seu processo de industrializaçãosomente na década de 50. Segundo ele, no caso brasileiro, aparticipação do país na emissão mundialde gases não ultrapassa 2%.Para o secretário, não énecessário frear o crescimento dos países emdesenvolvimento para combater o aquecimento global. “Ao contrário,há necessidade de apoio para que eles sejam incentivados afazer mais. E o MDL é um exemplo de incentivos positivos”,avaliou.Miguez citou o caso brasileiro da geraçãode energia elétrica a partir de bagaço de cana, cujaidéia existia desde a década de 70, mas nunca tinhasido viabilizada. “Com a entrada em vigor do Protocolo de Quioto,em um ano você implementou mais de 1,2 megawatt de geraçãoa bagaço” disse ele.O Protocolo de Quioto é acordointernacional assinado por 175 países, que estabelece metaspara reduzir as emissões de gases de efeito estufa nos paísesindustrializados e garantir um modelo sustentável dedesenvolvimento aos países que ainda estão em fase deindustrialização.O MDL é um mecanismo de compensaçãoincluído no protocolo, a partir de uma proposta brasileira.Ele permite que empresas de países desenvolvidos financiemprojetos para geração de energia limpa (sem liberaçãode carbono) em países em desenvolvimento e assim compensemsuas emissões para atingir as metas assumidas no protocolo.