Após críticas, sociedade civil sai otimista de pré-conferência sobre comunicação

19/09/2007 - 20h08

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Dois dias de debate no Congresso Nacional mudaram a avaliação das organizações sociais sobre a realização de uma Conferência Nacional de Comunicação no país, para definir as linhas gerais das políticas governamentais para a área. Até então criticada pela falta de abertura à participação, a Conferência Preparatória acabou servindo para deixar as organizações sociais mais otimistas.“Acho que estão dadas as condições para que a conferência aconteça como imaginávamos”, avaliou, ao final do encontro, Celso Schröder, do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC). O consultor jurídico do Ministério das Comunicações, Marcelo Bechara, concorda. “Estamos muito mais próximos da Conferência Nacional hoje do que antes da realização desse evento”, afirmou, após o encerramento hoje (19) da Conferência Preparatória.O governo federal sinalizou que deve atender algumas reivindicações da sociedade civil para a conferência. Ao participar da abertura do encontro, no dia 17, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, afirmou que pretende realizar conferências regionais e municipais, como defendia a sociedade civil. “O debate não pode ser restrito apenas a quem pode pagar para vir a Brasília, queremos sim ouvir o regionalismo”, defendeu Bechara.“Parece que o ministro foi inequívoco nas suas falas [sobre a realização da conferência nacional] e essa afirmação começa se consolidar em vários segmentos, não só no Ministério das Comunicações, mas no parlamento”, avalia  Schröder.O senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), que conduziu o primeiro painel do evento nesta manhã, apoiou a realização das conferências regionais. “As etapas municipais e estaduais, se possível por conta da disponibilidade de tempo, devem ser feitas, senão, pelo menos regionalmente. Isso pode ser discutido com o Ministério das Comunicações e com a Anatel [Agência Nacional de Telecomunicações]”.Em junho, ao final do Encontro Nacional de Comunicação, parlamentares e sociedade civil produziram uma carta aberta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em que reivindicam amplo debate sobre a política nacional de comunicação e a convocação da conferência nacional sobre o tema. Na ocasião foi criado também o movimento Pró-Conferência Nacional de Comunicação que desde então se mobiliza em prol do evento. “Historicamente, as decisões relativas à comunicaçãono Brasil têm sido tomadas à revelia dos legítimosinteresses sociais", afirmava o documento.