Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O ministro da Cultura, Gilberto Gil, disse hoje (17) que um dos principais desafios da pasta é dotar os municípios brasileiros de instituições culturais – secretarias, fundações ou mesmo entidades que compartilhem a presença do Estado na área cultural com o turismo ou a educação, por exemplo.
Outro desafio é que “esses municípios dotem suas prefeituras de fundos dedicados à cultura, que instalem conselhos culturais que possam fazer proposição e acompanhamento das políticas para o setor". Essa tarefa, avaliou, será facilitada pela implantação do Sistema Nacional de Cultura, ao qual já aderiram 2.500 municípios e mais de 15 estados.
Para a adesão, informou o ministro, eles precisam ter uma instituição cultural – secretaria ou fundação –, um conselho e um fundo específico. "É o começo: que as autoridades municipais e estaduais tenham suas instituições culturais, ainda que compartilhadas com outras áreas, mas com seu trabalho específico dedicado à cultura”, argumentou.
Sobre o Suplemento de Cultura da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic 2006), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE), Gil afirmou que "quanto mais soubermos sobre territórios, atores, processos, onde estão, melhor será para traçarmos políticas, orientar o fluxo dos recursos, orientar as sugestões da própria concepção e a execução das políticas”.
E acrescentou: "Estatísticas qualificadas dão noções mais abrangentes e aprofundadas sobre o que é, como se faz, quem faz cultura no Brasil, e podem ajudar muito nessa sofisticação do sistema nacional”. O ministro se referiu à falta de uma autonomia absoluta da entidade cultura, no âmbito municipal. “Os dados demonstram que é preciso aumentar muito o investimento em consciência e em ação cultural. É preciso que o brasileiro tenha mais consciência da importância que a cultura já tem na vida dele e que não é reconhecida, e que precisa passar a ter no sentido mais amplo, na vida de todos”, indicou.O ministro afirmou que a demanda por mais investimentos na área deve partir da sociedade, “para exigir uma cultura mais generosa". E destacou a necessidade de que políticas públicas sejam mais bem elaboradas e implementadas: "É preciso mais governo na cultura, é preciso mais povo na cultura, é preciso mais educação na cultura, mais turismo, mais meio ambiente, mais transversalidade. Que a cultura seja assumida com a transversalidade que a cultura tem, porque ela é tudo”.