Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Familiares das vítimasdos acidentes aéreos do vôo 1907 da Gol, em Mato Grosso,e do vôo 3054 da TAM, em Congonhas, fizeram hoje (17) muitascríticas e apresentaram sugestões aos deputadosintegrantes da CPI do Apagão Aéreo durante audiênciapública. A partir de amanhã(18) o relator deputado Marco Maia (PT-RS) começa a apresentarseu parecer sobre as investigações dos acidentes e dacrise no setor aéreo brasileiro. Marcelo Ildefonso,marido de Inêz Rebouças de Lima Marques, que morreu nodesastre do vôo 1907, questionou o fato de o ex-comandante doDepartamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea)brigadeiro Paulo Roberto Cardoso Vilarinho não ter sidoconvocado para depor na CPI. “Quando tudoaconteceu, quem estava no controle do tráfego aéreo erao brigadeiro Vilarinho. A CPI chamou quem assumiu depois, mas osproblemas já vêm há anos”, reclamou Ildefonso. Ele lembrou que antesdo brigadeiro Vilarinho ser exonerado, a imprensa já haviadivulgado que ele há tempos vinha alertando os demaisresponsáveis pelo setor aéreo dos problemas deinfra-estrutura. “Ele já vinha avisando há tempo queum problema ia acontecer, e ninguém fez nada”, cobrou. Ildefonso criticou osintegrantes da CPI por não terem ouvido Vilarinho. “Senhores,assim não se resolve nada. Ninguém trouxe o brigadeiroa esta Casa, e ele tinha que ser ouvido porque sabia o que estavaacontecendo e quem deixou de tomar as providênciasnecessárias”. Luiz Salcedo, queperdeu o filho no acidente da TAM, em 17 de julho, exigiu que a CPI,ao ouvir na quarta-feira (19) o coronel Antonio Junqueira,especialista em análise de caixa-preta e diretor do Centro deInvestigação e Prevenção de AcidentesAeronáuticos (Cenipa) à época do acidente com oAirbus A320 da empresa, esclareça o que de fato aconteceu nos 30minutos que antecederam a tragédia no Aeroporto de Congonhas.