Renato Brandão e Paulo Montoia
Da Agência Brasil
São Paulo - Ao fazer a defesa hoje (17) em São Paulo do que define como política econômica de social-desenvolvimentismo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que “o bolo está crescendo e nós já estamos fatiando e compartilhando com a sociedade”. O ministro referiu-se à frase do ex-ministro da Fazenda, Delfim Netto, de que é preciso primeiro fazer crescer a economia (o bolo) para depois distribuir renda (dividir o bolo) - frase que se tornou emblemática do modelo da ditadura militar.“A economia brasileira já está em um ciclo de crescimento virtuoso. Este ciclo não começou agora, ele já começou há algum tempo. Este crescimento é de outra qualidade, porque ele é um crescimento mais equilibrado. No passado, crescíamos com inflação, aumentando a dívida pública, a externa. Estamos em um crescimento de outra natureza, onde a inflação está sob controle, as dívidas todas estão caindo – e não crescendo – e portanto, a vulnerabilidade vai estar diminuindo. Um crescimento de outra natureza, muito mais equilibrado e, em contrapartida, acompanhado de uma melhoria social expressiva”.Mantega comentou os resultados do PIB semestral, divulgados na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Os resultados do PIB mostram que a indústria está crescendo, os investimentos estão crescendo e, sobretudo, se dá com uma melhoria social expressiva, ou seja, nós estamos gerando mais riqueza na sociedade brasileira e esta riqueza está sendo distribuída concomitantemente. O bolo está crescendo e nós já estamos fatiando e compartilhando com a sociedade”, afirmou.“Se nós acrescentarmos o crescimento da renda real, do aumento do número de trabalhadores – e, portanto, do aumento da massa salarial –, o controle da inflação, que não deteriora o poder aquisitivo da população brasileira, e mais o aumento de crédito que beneficia os segmentos de baixa renda, e mais os programas sociais, aí nós temos a criação do mercado de massa. O mercado de massa é importante porque ele dá autodeterminação no crescimento brasileiro”.