Gestores de grandes cidades com baixo índice de desenvolvimento da educação se reúnem em Brasília

13/09/2007 - 13h00

Clara Mousinho
Da Agência Brasil
Brasília - O Ministério da Educação (MEC) promove hoje (13) a terceira reunião do Grupo de Trabalho das Capitais e Grandes Cidades. O evento reúne os gestores educacionais dos 106 municípios com mais de 200 mil habitantes que tiveram avaliações abaixo da média no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Eles vão apresentar o diagnóstico da educação dos municípios e debater sobre os desafios da educação básica nas grandes cidades. Na abertura da reunião, o ministro da Educação, Fernando Haddad, lembrou que as grandes cidades sofrem com a desigualdade. “Precisamos compreender a realidade das grandes cidades, sobretudo porque elas são muito pouco homogêneas. Os distritos centrais, em geral, têm condições que as escolas de periferia não têm. Muitas vezes essas condições prejudicam enormemente o aprendizado. Essas condições vão desde de dificuldades de transporte até a questão da adequação do terreno que recebe uma escola pública”.A secretária de Educação Básica do Ministério da Educação, Maria do Pilar Lacerda Almeida e Silva, afirmou que as grandes cidades não são as melhores no ranking do Ideb. Segundo ela, 80% dos municípios com os Idebs mais baixos estão no Nordeste. "Mas existe um dado interessante. A primeira capital no Brasil de Ideb é Curitiba e no ranking geral ela está no lugar 420; Belo Horizonte é a segunda e está no lugar 617. Isso mostra que as cidades grandes têm problemas complexos, diferenciados daquelas 1.242 cidades com o Ideb menor e têm que ter um atendimento específico. Porque o Ideb da periferia da grande cidade é quase igual ao Ideb dos semi-árido nordestino”.Os 106 municípios fazem parte de um um grupo de 1.242 cidades que apresentaram o Ideb abaixo da média. Para diminuir os problemas educacionais dessas localidade o MEC anunciou ontem (12) um repasse de R$ 210 milhões, por meio do Plano do Desenvolvimento da Educação (PDE). Haddad afirmou que a aplicação do recurso será feita de acordo com as necessidades de cada município. “A realidade é muito diferente de município para município. Há municípios que nós vamos que investir mais em infra-estrutura. Há outros que o problema é de formação de professor. Em outros os problema não é recurso, mas é falta de envolvimento da sociedade com os conselhos escolares ou a questão da escolha do diretor que muitas vezes não atende a critérios meritocráticos. Cada realidade é uma realidade”.Os municípios terão de cumprir as 28 diretrizes do PDE. Segundo o ministro da Educação, a contrapartida do governo será o apoio técnico. “A nossa contrapartida é apoio técnico e financeiro. Nós temos orçamento, mas esse recurso não vai sozinho. Ele vai com um apoio técnico para  ele efetivamente produza resultados na qualidade da educação”, acrescentou Haddad.Os 1.242 municípios representam um quinto dos municípios brasileiros. Informações sobre o PDE e as 28 diretrizes estão disponíveis na  página do MEC na internet. O endereço é www.mec.gov.br