Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Brasil tem condições de crescer a taxas superiores a 4,5% ou 5% ao ano, como sinalizam os últimos dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mas o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Luciano Coutinho, ressaltou que é preciso equacionar a oferta de energia no país. Ele comentou o assunto hoje (13), durante encontro com banqueiros da Associação e Sindicato dos Bancos do Rio de Janeiro (Aberj/Sberj).Coutinho enfatizou o esforço que está sendo coordenado pela ministra-chefe do Gabinete Civil da Presidência da República, Dilma Rousseff, e pelo Ministério de Minas e Energia para “acertar a bio-eletricidade e complementar a oferta de energia”. Esse conjunto de ações poderá eliminar o problema da oferta de energia que é, na avaliação do presidente do BNDES, o único obstáculo que preocupa o governo a longo prazo.“Fora isso, eu não vejo dificuldade de mobilização de poupança, não vejo maior dificuldade para o país melhorar sua infra-estrutura logística. Existem desafios, mas podem ser vencidos. Vai depender muito da nossa criatividade, da nossa capacidade de tirar proveito das condições de competitividade brasileira para ocupar o espaço que podemos ocupar no contexto do crescimento global”, argumentou.Entre os desafios no setor de energia, Coutinho enumerou as usinas hidrelétricas do Rio Madeira (Jirau e Santo Antonio), em Rondônia, e a complementação de novas fontes de bio-eletricidade, de biomassa. Luciano Coutinho informou que o BNDES vai participar do leilão do Madeira como financiador e, eventualmente, como sócio, se o consórcio vencedor da licitação assim desejar. “O BNDES vai estar de stand by [preparado] para poder participar do consórcio, se assim for desejado”.O presidente do BNDES salientou que o aumento da taxa de investimento da economia é importante para o crescimento do PIB. “Ela é que é qualitativamente o indicador mais relevante. Eu não tenho tanta preocupação se o PIB vai estar crescendo 4,5%, 5%, 5,5% ou 6% se o investimento está crescendo na frente. Se o investimento está criando oferta, isso me dá tranqüilidade”, afirmou. Coutinho esclareceu que a missão do BNDES é zelar para que a formação bruta de capital fixo se fortaleça, cresça e seja um dos fatores de liderança do crescimento.