Ata do Copom sinaliza que processo de redução da taxa de juros pode continuar

13/09/2007 - 10h07

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Comitê de Política Monetária (Copom) doBanco Central sinaliza, na ata da última reunião, realizada na semanapassada, que a manutenção da inflação abaixo do centro da meta de 4,5%abre “espaço para juros reais menores no futuro”. Considera, porém, quea persistência de uma política monetária “cautelosa” tem sidofundamental para aumentar a probabilidade de evolução inflacionáriaabaixo da meta.O documento divulgado hoje (13) pelo BC, adverte que para essa maior probabilidade se traduzir emresultados concretos  “é preciso que os indicadores prospectivos deinflação também apresentem elementos compatíveis com o cenário benignoque tem se configurado nos últimos trimestres”, com atenção especial naevolução do consumo doméstico e na oferta agregada.A ata diz que o Copom avaliou a possibilidade deparar o processo de redução da taxa básica de juros (Selic), em virtudedo aumento de incertezas no cenário externo, provocado pela crise domercado imobiliário norte-americano, que afetou o mercado financeirointernacional. Foi mais forte, contudo, o entendimento de que “obalanço dos riscos para a trajetória prospectiva da inflação aindajustificaria estímulo monetário adicional”.Essa percepção fez com que os conselheiros optassem,unanimemente, pela redução da taxa em 0,25 ponto percentual, ou metadeda calibragem feita nas últimas reuniões, de acordo com expectativas damaioria dos analistas de mercado que todas as semanas são consultadospelo BC sobre tendências dos principais indicadores da economia. Comisso, a taxa até então de 11,50% ao ano caiu para 11,25%, sem viés, ou seja sem possibilidade de ser alterada antes da próxima reunião.O Copom reafirma o diagnóstico de que “além de conteras pressões inflacionárias de curto prazo”, a política monetária que jáafrouxou 8,5 pontos percentuais na taxa básica de juros, de setembro de2005 para cá, “tem contribuído de maneira importante para aconsolidação de um ambiente macroeconômico favorável em horizontes maislongos”. Isso, apesar do “forte aumento da volatilidade [flutuação]” dos mercadosglobais, no mês passado.