Priscilla Mazenotti e Roberta Lopes
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O senador Renato Casagrande (PSB-ES) rebateu há pouco as acusações do senador Wellington Salgado(PMDB-MG) sobre "equívocos de análise" no relatório que pede a cassação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).Umdos relatores do processo no Conselho de Ética do Senado, Casagrande disse que o documento foi elaborado com base naperícia técnica realizada pela Polícia Federal nas provas entregues porRenan.“Nosso relatório é técnico. É com base nasinformações apresentadas pelo senador Renan Calheiros, especialmente,que nós elaboramos nosso parecer. A perícia técnica da Polícia Federal temcredibilidade e o próprio Renan disse diversas vezes que estavasatisfeito com a perícia da Polícia Federal”, ressaltou o senador do PSB.Ele e MarisaSerrano (PSDB-MS) rebateram a acusação de terem sido “desleais” com opresidente do Senado e defenderam a aprovação do relatório querecomenda a cassação do mandato de Renan Calheiros.“Acho que fomosduros no nosso relatório. Duros sim, mas desleais não”, afirmou Casagrande. “O senador contabilizou como patrimôniomais do que sua renda.Teria todas as razões para votar a favor de Renan, mas minha posição de juiz não me permite.”A senadora Marisa Serrano também defendeu a aprovaçãodo relatório. “O relatório foi feito com base nos autos. Nãoconcordo que eu tenha sido desleal, assim como o senador Casagrande", disse a parlamentar. “O presidente do senado e senador Renan Calheiros tem aobrigação de ser mais cuidadoso com seus amigos.”O Conselho de Ética do Senado reuniu-se hoje para votar o relatório dos senadores Renato Casagrande eMarisa Serrano, que pede a cassação de Renan por quebrade decoro parlamentar. Caso o relatório seja rejeitado,os integrantes do conselho vão analisar e votar o parecer dosenador Almeida Lima, que recomenda o arquivamento do processo.Arepresentação contra Renan foi apresentada pelo P-SOL, que pediu investigações detalhadas sobre a denúnciade que o senador teria suas contas pessoais pagas por um lobista daconstrutora Mendes Júnior.