Acordo que prevê troca de geladeiras com gás nocivo à atmosfera começa a ser implementado no Rio

05/09/2007 - 17h52

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A entrega das 20 primeiras geladeiras “verdes”(ecológicas) em São Gonçalo marcou hoje (5) o início do programa de cooperação entre o governo fluminense e a distribuidora de energia elétrica Ampla Energia e Serviços. O objetivo da parceria é promover a troca de geladeiras usadas por novas, cuja principal característica é a economia de energia e a não utilização de gases tipo clorofluorcarbono (CFC), que poluem o meio ambiente.A cooperação faz parte do acordo firmado em junho entre o Ministério do Meio Ambiente, a secretaria estadual de Ambiente do Rio de Janeiro, a Ampla e a distribuidora de energia Light Serviços de Eletricidade.Para este ano, a meta entregar 600 geladeiras ecológicas pela Ampla e outro tanto pela Light. Até o final de 2008, o objetivo é trocar 20 mil geladeiras por modelos mais eficientes em todo o estado.A Ampla  fornece energia para 2,3 milhões de consumidores em 66 municípios do Rio, enquanto a Light atende 3,8 milhões de clientes nos 31 municípios fluminenses que integram sua área de concessão.

Segundo o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, o Programa de Substituição de Geladeiras Velhas por Novas com Eficiência Energética e Captura de Clorofluorcarbono é uma medida de defesa da camada de ozônio.

“Mas também queremos defender o bolso do consumidor, porque as geladeiras velhas têm baixa eficiência energética e gastam até 50% a mais na conta de luz. Acaba fazendo um outro buraco de ozônio no bolso do contribuinte”, disse, acrescentando que o CFC é um gás de efeito estufa que contribui para o aumento da temperatura do planeta.

As geladeiras "verdes" são financiadas pelo Fundo de Eficiência Energética (FEE) e isentas do pagamento de Imposto sobre  Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Elas serão doadas a pessoas de baixa renda.

A seleção das famílias é feita com base nos atendidos pelo Bolsa Família e no cadastro dosconsumidores da Ampla e da Light incluídos na linha do chamado consumosocial. “São as famílias mais pobres”, disse o secretário.

As famílias atendidas devem se comprometer a não fazer “gato” elétrico, como é chamado o uso direto de energia do transformador da rua sem pagamento de tarifa. “Esse é o outro lado do programa".

Minc lembrou que o dinheiro do fundo, que equivale a 0,5% da conta de luz, já foi pago pelos contribuintes. “Só que até agora o governo do estado era omisso e não usava o fundo para esse fim. Agora isso está sendo usado não só para a troca gratuita de geladeiras, mas para colocar energia solar nos prédios públicos para aquecimento da água em quartéis, escolas e hospitais”.

Segundo ele, a expectativa é que até o final do ano que vem 400 prédios públicos tenham aquecimento de água por meio da energia.

O secretário esclareceu quealém de  entregar a geladeira nova, o programa possui um equipamento que retira  o CFC das geladeiras velhas,fazendo, com isso, a neutralização para não agredir a camada de ozônio

Pelo acordo assinado em junho, o Ministério do Meio Ambiente se responsabiliza pela instalação das centrais de regeneração, para onde essas geladeiras velhas serão enviadas.

O Rio é o terceiro estado a firmarconvênio para a troca de geladeiras com CFC. Os dois primeiros foramPernambuco e Bahia.