Renan diz que senadores esmagaram preceito constitucional ao decidirem pelo voto aberto

04/09/2007 - 17h12

Marcos Chagas*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente do Senado, Renan Calheiros, criticou hoje (4) os senadores do Conselho de Ética que decidiram pelo voto aberto na ação do pedido de cassação de seu mandato por quebra de decoro parlamentar. Segundo ele, os senadores"esmagaram" um preceito constitucional que garante o voto secreto para cassação de mandatos de parlamentares."Um direito constitucional está sendo esmagado em nome da continuidade do linchamento. Quando, por razões de conveniência política, resolve-se atropelar princípios constitucionais, abre-se uma chaga incicatrizável na parte mais sensível do ordenamento jurídico", afirmou.Da tribuna, o presidente do Senado afirmou que não será cúmplice da decisão tomada pela maioria do colegiado do Conselho de Ética. Renan Calheiros lembrou que os que defendem o voto aberto hoje, a seu ver atropelando a Constituição Federal, poderão vir a ser vítimas desta decisão no futuro. "O futuro, por certo, julgará todos, um a um, em um contexto em que as ocasiões não terão o poder de apagar nossos próprios rastros ou digitais", declarou Renan. O presidente do alertou que Senado abre "um precedente, um erro jurídico e um açodado atropelo perpetado pela conveniência política de alguns poucos".Renan Calheiros voltou a fazer denúncias contra o Grupo Abril. Ele apresentou aos senadores vídeo de uma reportagem da TV Bandeirantes que revela um suposto esquema de triangulação de empresas, incluindo fantasmas, para a venda de 30% das ações do grupo à multinacional Naspers.Em nota, o Grupo Abrilrebateu as críticas de Renan e afirmou que as acusaçõesde irregularidades na transação são"improcedentes e infundadas". "A Abril respeitaescrupulosamente o princípio da legalidade e o aplicarigorosamente a todas as suas empresas, publicações,ações e políticas", informa o texto. Deacordo com a nota, a denúncia de hoje "representa maisuma tentativa torpe e desesperada do senador e de seus seguidorespara desviar a atenção dos fatos revelados por Vejae por outros veículos da imprensa brasileira sobre a suaconduta".