Mulheres são minoria entre os jovens latino-americanos que trabalham, diz estudo da OIT

04/09/2007 - 16h07

José Carlos Mattedi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os índices de participação das mulheres jovens latino-americanas na força de trabalho da região são muito menores se comparados com os dos homens, na faixa etária entre 15 e 24 anos, de acordo com os dados do relatório Juventude e Trabalho Decente na América Latina e no Caribe,/2005, lançado hoje (4) pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Segundo a OIT, os homens são maioria no grupo dos que só trabalham. Também são maioria entre aqueles que estudam e trabalham. Já as mulheres têm maior presença no grupo dos que só estudam e no grupo de quem não estuda nem trabalha. “Isso reflete, entre outras coisas, uma certa tradição cultural e a falta de oportunidades para as mulheres que têm que combinar trabalho e obrigações familiares”, frisa o relatório.

Dos 106 milhões de jovens latino-americanos, 48 milhões trabalham; outros 48 milhões são inativos (não trabalham e não estão procurando emprego); 10 milhões estão desempregados. Do total de ocupados, apenas 38% são mulheres, sendo que 62% têm entre 20 e 24 anos. Embora trabalhem majoritariamente em empresas, 16% delas são trabalhadoras domésticas, “a ocupação mais comum entre as mulheres jovens”.

“As cifras mostram que, nas últimas décadas, as mulheres avançaram a um ritmo mais acelerado que os homens em matéria de educação e, inclusive, em alguns países, há mais mulheres que homens na educação superior. Apesar disso, 30% delas não estudam nem trabalham e dedicam-se a atividades domésticas”, segue o documento.

O estudo da OIT, além de trazer dados sobre emprego e desemprego, revisa diversas iniciativas adotadas por países da região e faz uma série de propostas para buscar melhorar o acesso dos jovens aos mercados de trabalho.