Infraero esperava triplicar arrecadação com instalação de ferramenta de mídia, diz ex-diretor

04/09/2007 - 18h36

Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ex-diretor comercial e ex-superintendente de Planejamento e Gestão da Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero), Fernando Brendaglia, informou hoje (4), durante depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo no Senado, que com a instalação do software de mídia aeroportuária Advantage 2 esperava triplicar a arrecadação com espaços publicitários."Com a ferramenta em operação plena, nós traríamos com as renovações de todos os contratos publicitários, ao que se imagina, ao redor de R$ 100 milhões", disse. A Comissão investiga a compra desse programa, porque há denúncias de que ele teria sido comprado de maneira irregular da empresa FS3 Comunicação e Sistemas. O valor do contrato de compra do software, para ser implementado nos 65 aeroportos administrados pela Infraero, era de R$ 26 milhões. Deste total, R$ 6 milhões estavam vinculados a uma cláusula de bônus relativa ao desempenho do programa. O valor não foi pago porque o Ministério Público argumentou que não havia como comprovar os ganhos com a instalação do programa e suspendeu a operação.Brendaglia disse ainda que o programa chegou a ser instalado e funcionou entre maio e junho de 2005, mas o uso acabou suspenso em dezembro daquele ano. Indagado pelo relator, senador Demóstenes Torres (DEM-TO), se já conhecia os sócios da FS3, o ex-diretor disse que só conheceu um deles, Michel Farah, em maio de 2003, quando ele apresentou alguns produtos de mídia, entre eles o software. Uma das denúncias investigadas pela CPI é a de que Brendaglia conhecia anteriormente os sócios da FS3.