Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ex-diretor comercial e ex-superintendente de Planejamento e Gestão da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária Fernando Brendaglia afirmou hoje (4), em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo do Senado, que a Infraero não tem controle dos espaços publicitários dos aeroportos. Segundo Brendaglia, tais espaços "nunca foram licitados". "Cada aeroporto usava uma nomenclatura diferente, não existia um padrão. E quem não tem padrão, não sabe o que tem", disse Brendaglia. De acordo com ele, a Infraero não vendia espaços de mídia. Na verdade, eles eram comprados e, "como [a Infraero] não sabia estabelecer regras, eram comprados conforme a conveniência". Brendaglia foi diretor comercial de janeiro de 2003 a agosto de 2005, período em que Carlos Wilson presidiu a Infraero. Depois disso, assumiu a Superintendência de Planejamento e Gestão e, há 15 dias, desligou-se da empresa. Segundo ele, as firmas que contratavam os espaços nos aeroportos administrados pela Infraero deveriam repassar a esta empresa 50% do valor pago pelo anunciante, mas isso nunca aconteceu. "A empresa de mídia, ao fechar um contrato com a Infraero, pagaria uma garantia mínima e traria o contrato com o anunciante. De posse desse contrato com o anunciante, ela repassaria 50% para a Infraero", afirmou.Questionado pelo relator da comissão, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), se havia algum tipo de combinação entre as empresas que atuam no setor de publicidade aeroportuária, Brendaglia respondeu que "era sentido pelos administradores [da Infraero que havia combinação]", disse. "Parecia que havia um grupo restrito que dominava um grande volume das áreas por combinações que não posso dizer como se deram, porque não estava na diretoria da Infraero", acrescentou.