Antonio Arrais
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Dejaneiro a abril deste ano, 651 presos foram mortos em penitenciárias,detenções, delegacias de polícia e outros tiposde prisões, e 13.819 presos conseguiram fugir do sistemacarcerário brasileiro. As informações sãodo presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito(CPI) do Sistema Carcerário da Câmara, deputado NeucimarFraga (PR-ES), dadas em entrevistadepois da leitura do relatório preliminar do deputado DomingosDutra (PT-MA) sobre a morte de 25 presos na cadeia pública dePonte Nova, em Minas Gerais, carbonizados dentro de uma cela, no dia23 de agosto passado. A leitura teve que ser interrompida devido aoinício da Ordem do Dia no plenário da Câmara.Depoisde duas visitas à cadeia de Ponte Nova, uma subcomissãoda CPI ouviu delegados, policiais e detentos para tentar reconstituiro incêndio em uma das 12 celas da cadeia onde estavam os 25presos que morreram carbonizados. O deputado Domingos Dutra disse que a única informação confirmada foi odesmentido da perícia técnica de que os presostivessem sido baleados antes do incêndio. Ao que tudo indica,de acordo com o relator, os presos de uma cela vizinha teriam sidoos responsáveis pelo início do incêndio. “Masnão há certeza porque existe um pacto de silêncioentre policiais e presos sobreviventes, que convivem na cadeia",disse Dutra. Afalta de sobreviventes da cela incendiada, segundo ainda o relator, vemdificultando as investigações sobre o crime.Avotação do relatório parcial será completada na quinta-feira (6), a partir das 10horas. Odeputados aprovaram requerimentos, a maioria do própriorelator, para depoimento do ex-governador e ex-secretáriode Segurança do Rio de Janeiro Nilo Batista; do ex-secretárionacional de Segurança Pública Luiz Eduardo Soares, edos ex-deputados Luiz Eduardo Greenhalgh, Luiz Antonio Fleury eMoroni Torgan.