Renan tem até terça-feira para apresentar defesa ao Conselho de Ética

31/08/2007 - 0h39

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL),tem até a próxima terça-feira (4) para apresentar sua defesa ao relatordo segundo processo por quebra de decoro parlamentar que enfrenta noConselho de Ética. Aberto com base em representação doP-SOL, o processo investiga se Renan beneficiou a cervejaria Schincariol junto aoInstituto Nacional do Seguro Social (INSS) depois que a empresa comprou uma fábrica superfaturada do deputadoOlavo Calheiros (PMDB-AL), irmão de Renan.O relator, senador João Pedro (PT-AM), disse queaguarda o pronunciamento de Renan para definir a agenda de trabalho.“Tenho de dar uma resposta ao P-SOL e ao Conselho de Ética e quero fazerisso rápido”, disse.O presidente do conselho, senador Leomar Quintanilha(PMDB-TO), afirmou que se Renan não quiser se pronunciar, o processo podecorrer à revelia. “Mas acho difícil que ele não queira”. Pelo Código deÉtica do Senado, se o representado não se pronuncia, o presidente do conselho precisa nomear um defensor dativo para fazê-lo.Renan Calheiros terá uma semana decisiva. Além de terde se defender quanto à segunda representação pela qual responde, aindaterá de enfrentar a votação aberta, na quarta-feira (5), do processoque investiga se ele teve contas pessoais pagas por um lobista de umaempreiteira.Marcada para ontem (30), a votação foi adiada depoisque os senadores Gilvam Borges (PMDB-AP) e Wellington Salgado (PMDB-MG)pediram vista do relatório que recomenda a cassação de Renan.Hoje de manhã, Wellington Salgado disse que alguns senadores podemrecorrer ao Supremo Tribunal Federal para garantir a votação secreta, oque poderia beneficiar Renan Calheiros, mas negou que tivesse essaintenção.“Qualquer pessoa que ache que a Constituição tem umainterpretação diferente tem de recorrer ao Supremo. O problema ésenador jurista que acha que pode interpretar a Constituição. Voucontestar o relatório, vou estudar o processo, mas não vou ao Supremo”,disse.Wellington Salgado acrescentou que encontrouinconsistências no relatório. “Vi uma série de mentiras no relatório”. Para ele, não estão querendo cassar o mandato de Renan. “Issonão é cassação, isso é roubo de mandato do presidente do Senado. Issoé absurdo”, afirmou.