Pesquisa do IBGE indica que famílias no meio rural estão ficando menores

31/08/2007 - 16h02

Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A redução no tamanho das famílias brasileiras, quejá vinha sendo observada no meio urbano, se intensificou nos últimos anos nomeio rural, de acordo com o resultados preliminares da Contagem da População2007, divulgados hoje (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE).

Segundo os dados parciais, o número médio de pessoas por domicílio caiu de3,9 em 2000, quando foi realizado o último censo,para para 3,5 moradores em 2007. De acordo com o instituto, a diminuição no tamanho das famílias foimais acentuada no meio rural, onde foi observada redução na população infantil,embora os dados específicos ainda não estejam disponíveis para divulgação.Segundo o presidente do IBGE, EduardoNunes, a mudança no perfil das famílias e da população é reflexo da redução dafecundidade, que começou a ser apurada pelas pesquisas desde a década de 80 nasáreas urbanas, e agora se generalizou.

“O número de filhos por mulher no Brasil continua emqueda. O que há de novidade é que esse processo chegou também à árearural. Nós observamos que a taxa de fecundidade no meio rural está seaproximando dos patamares que havíamos identificado na área urbana do país”,disse Nunes.De acordo com o coordenador da área de população doIBGE, Luís Antônio Oliveira, a diminuição no número de filhos faz com que hajaredução na população jovem e aumente a proporção de adultos e idosos,características também apontadas pela pesquisa. “A característica é essa: populações com taxa decrescimento cada vez menores, por conta da queda no número de nascimentos, eaumento na proporção da população adulta e idosa, por questões ligadas aoenvelhecimento da população, que vive cada vez mais”, disse.Os números preliminares da contagem foram divulgadose publicados no Diário Oficial da União de hoje (31) para atender a Lei complementarnº 59, de 1988, e a Lei 8443, de 1992, que estabelecem o dia 31 de agosto decada ano para a definição da população dos municípios brasileiros. Os dados servem para nortear a distribuição dos recursos federais do Fundo deParticipação dos Municípios (FPM), mas ainda serãorevisados e encaminhados definitivamente ao Tribunal de Contas da União(TCU) somente no próximo dia 31 de outubro. Até agora o IBGE já recenseou 105 milhões de pessoasem mais de 34 milhões de domicílios de todas as regiões. De acordo com oinstituto, todos os domicílios já foram visitados, no entanto, em cerca de 18%deles os moradores não foram localizados para responder a pesquisa. O problemafoi observado, por exemplo, em quase todos os municípios em torno do DistritoFederal, cuja população geralmente trabalha na capital e só retorna à noite.Recenseadores envolvidos no trabalho continuam emcampo até o dia 12 de setembro para apurar se os domicílios fechados, de fato, estão vazios, ou então contabilizar o número de pessoas residentes.Apesquisa, segundo o IBGE, foi concentrada nos municípios menores - 5.414 com menos de 170 mil habitantes - porque são eles que maisdependem do repasse constitucional de verbas federais (Fundo de Participação dos Municípios). Também foram incluídos na pesquisa outros 21 municípios, situados em 14 estados onde além da capital, um ou dois excedem esse teto de população. O IBGE não realizou a pesquisa nos demais 129 municípios brasileiros por falta de recursos e porque eles já estão incluídos na última faixa populacional, cujas variações para cima não alteram o recebimento de recursos do FPM.