Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Exposição aberta nesta semana no Arquivo Nacional revela a trajetória de Apolônio de Carvalho, morto em setembro de 2005, de pneumonia, aos 93 anos. A mostra é promovida pela Secretaria Especial de Direitos Humanos e segundo o presidente do Arquivo Nacional, Jaime Antunes, é uma oportunidade para os jovens conhecerem "um revolucionário, figura ímpar no cenário nacional e um cidadão do mundo".
Antunes informou que a exposição resulta de pesquisa sobre as atividades de Carvalho no Brasil e na Europa, onde atuou ao lado dos republicanos na Guerra Civil Espanhola e na Resistência Francesa, durante a 2ª Guerra Mundial. De volta ao país, foi preso após combater a ditadura militar em 1964.
“Ele era um militar e ao mesmo tempo uma pessoa que, por temperamento, tinha uma serenidade no olhar e no olhar das coisas, com uma grande vivência. E não poupava esforços com a sua idéia de libertação, de democracia, de ir às últimas conseqüências. Ele ia da candura à necessidade, se fosse o caso, de mostrar a violência”, definiu Antunes.
O presidente do Arquivo Nacional contou que a exposição inclui um vídeo realizado com o revolucionário ainda em vida e reiterou a intenção de criar mecanismos de atração de jovens estudantes, em parceria com a Secretaria, "para que eles conheçam a vida de um brasileiro que se confunde com a História e com o movimento de resistência pela democracia". E lembrou que Apolônio de Carvalho assinou a ficha nº 1 de filiação ao PT.A exposição se estenderá até o dia 31, em três salões dos antigos cofres da Casa da Moeda, que é a atual sede do Arquivo Nacional, localizado na Praça da República. O ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria Especial de Direitos Humanos, pretende, segundo Antunes, levar a mostra a outros pontos da cidade e, depois, a outros estados, numa versão completa ou menor, dependendo do espaço disponível.