Marcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil
Recife - A crise deflagrada há 15 dias pelos pedidos de demissão coletiva de médicos plantonistas das principais emergências públicas da capital ainda afeta a população que depende do Sistema Único de Saúde (SUS) para atendimento. Os médicos alegaram, para sair, defesagem nos salários e falta de condições de trabalho. Algumas medidas adotadas nesta semana pela Secretaria de Saúde do estado, como transferência de pacientes para hospitais da Paraíba e do Ceará, ocorrem diariamente. E a população é orientada a procurar atendimento nas maiores emergências, como as dos hospitais da Restauração, Getúlio Vargas e Otávio de Freitas, somente em casos de extrema urgência. A coordenadora da secretaria, SandraCarvalho explicou que para para as ocorrências menos complexas, "como luxações, dores abdominas e de cabeça, a recomendação é levar os doentes para as policlínicas da cidade”.
Oficialmente, 115 médicosplantonistas pediram exoneração das funções, mas segundo o sindicato dacategoria, o número de profissionais demissionários chega a 250. No HospitalGetúlio Vargas, na zona oeste, 33 dos 40 cirurgiões apresentaram ontem (3) pedidos de afastamento dos cargos. O governo estadual ofereceu à categoria reajuste de 7% no salário-base, além de aumento da gratificação nosplantões, mas as propostas foram recusadas. Os médicos reivindicam salário-basede R$ 2.161 e gratificação de R$ 1.080.Para preencher as vagas, em caráter emergencial, a Secretaria de Saúde publicou hoje (4) edital no Diário Oficial com aintenção de contratar 120 especialistas nas áreas de cirurgia geral, vascular e neurológica, além de traumatologia e ortopedia. O salário oferecido é de R$ 2.800.
A categoria tem assembléia marcada para terça-feira (7), quando avaliará o movimento e o retorno ao trabalho.