Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-SP) julga hoje, às 15 horas, a greve iniciada a zero hora de ontem (2) pelos 7,5 mil metroviários de São Paulo. Sem acordo entre as partes, ontem (2) a categoria decidiu manter a paralisação dos serviços que atendem a uma média diária de 3 milhões de passageiros. Mais uma vez, o rodízio de veículos foi suspenso, o que aumentou os congestionamentos em toda a cidade.A vice-presidente do TRT-SP, Wilma Nogueira de Araújo Vaz da Silva, reafirmou a determinação de que tanto o sindicato dos metroviários quanto a empresa cumpram a meta de manter em operação 85% do serviço. A desobediência implica multa diária de R$ 100 mil. Esses recursos deverão ser doados ao atendimento médico dos hospitais São Paulo, das Clínicas e Santa Casa de Misericórdia.De acordo com nota do TRT, durante a audiência realizada ontem (3), na sede do TRT, o procurador Sidnei Alves Teixeira, do Ministério Público do Trabalho,considerou a greve abusiva. "Salta aos olhos que a greve foi exercida de modo abusivo, em contradição aos termos da lei 7783/89", teria declaro Teixeira.O diretor de comunicação do sindicato da categoria, Manuel Xavier Lemos Filho, disse que os metroviários não consideram a possibilidade de suspender o movimento e afirmam que, caso sejam condenados, irão recorrer. "Nossa posição não mudou, estamos no mesmo estágio da paralisação e, se condenados, vamos recorrer da decisão".Xavier também voltou a enfatizar que a principal reivindicação que emperra o andamento para uma acordo é a proporcionalidade. Ou seja, os trabalhadores querem que a empresa pague R$ 1.800,00 imediatamente para todos, enquanto o Metrô limita a oferta a R$ 800 a ser incorporada à folha de pagamento de setembro próximo, ficando o restante para o ano que vem, além de ratear os valores de acordo com os ganhos de cada um.Assim como ontem, funcionam de forma precária duas das três linhas do Metrô: a que liga as zonas norte e sul (Tucuruvi-Jabaquara) e o trecho Ana-Rosa-Clínicas, no ramal paulista. Mas nem todas as estações dão acesso às plataformas que se mantiveram cheias durante toda a manhã.Para criar mais opções para população, a Secretaria Municipal dos Transportes determinou o reforço da frota de ônibus. Durante todo o tempo está sendo mantida a frota total, de 15 mil veículos, com capaciadade para transportar 5,5 milhões de passageiros por dia.Mesmo assim, nem todos conseguiam embarcar, nos horários de pico, principalmente, quem aguardava a vez, no meio do caminho. Além disso, nos bairros situados no extrenmo leste da cidade, a Viação Himalaia está com os serviços paralisados em função de greve dos funcionárilos, que começou hoje. Com isso, cerca de 330 mil pessoas estão sem transporte naquela região.A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) também manteve o esquema especial de funcionamento e suspendeu a transferência gratuita na interligação com o Metrô, nas estações Luz, Brás, Barra Funda e Santo Amaro. Como o acúmulo de usuários é muito grande, na região da zona leste, a CPTM fechou o acesso da estação Corinthians-Itaquera. Naquele trecho, conforme justifica a empresa, os vagões já passam lotados. Só nesta estação, há um movimento diário de mais de 80 mil pessoas.