Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A análise preliminar de dados da caixa-preta do Airbus da TAM mostra que o motor direito da aeronave estavaquase na potência máxima quando chegou ao final da pista do aeroportode Congonhas. Isso não significa que houve falha humana.A informação é do deputado Ivan Valente (P-SOL-SP), que participou hoje (1º) da reunião fechada entre os integrantes da ComissãoParlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo na Câmara dos Deputadose o chefe do Centro de Prevençãode Acidentes Aeronáuticos, brigadeiro Jorge Kersul. No encontro, eles analisaram dados da caixa-preta do avião para cruzar os registros de voz com as informações gráficas. Segundo Valente, o brigadeiro fez questão de ressaltar que nunca foipiloto de Airbus. Portanto, a análise feita durante a reunião épreliminar e não conclusiva."O gráficomostra que um dos manetes estava em posição de clinbing(subir) e o outro em idle (ponto morto). O gráfico vai atéo fim com um reverso acelerando e outro desacelerando", afirmou Valente. "O motordireito estava com potência de quase decolagem, na interpretaçãodo brigadeiro Kersul”.O deputado também disse que a avaliação leva a duashipóteses. A primeira de que houve erro no posicionamento do manete, o que poderia caracterizar falha humana.A segunda de que o manete estava posicionado corretamente, mas houve falha naleitura do computador, que poderia ter entendido o comando para acelerar e nãopara desacelerar a aeronave.Valente lembrou que o manete não foi encontrado entre os escombros da aeronave. E, caso isso ocorra, não é possível afirmar, analisando apenas o equipamento, se ele estava ou não na posição correta, porque ele pode ter mudado de pisoção com o impacto do acidente.