Candidato a diretor do FMI defende proposta brasileira de eleição

01/08/2007 - 19h14

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Após encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o candidato a diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, admitiu que o sistema de escolha dos dirigentes do organismo precisa mudar. Atualmente, o diretor-gerente do FMI é indicado pelas principais nações da Europa e a presidência do Banco Mundial deve ser ocupada por um cidadão norte-americano, indicado pelo presidente dos Estados Unidos."Esse acordo em que os norte-americanos escolhem o presidente do Banco Mundial e os europeus escolhem o diretor gerente do FMI é ultrapassado", disse Strauss-Kahn aos jornalistas. "O mundo mudou. A forma de escolha dos representantes dessas instituições multilaterais deve mudar também".O governo brasileiro defende que os critérios de escolha dos dirigentes não devem ser feitos em função à nacionalidade do candidato e permita maior participação dos países emergentes. Em nota distribuída à imprensa, em 13 de julho, o ministro Guido Mantega afirmou que o modelo atual não "encontra mais respaldo na realidade contemporânea"."Para o Brasil, os altos dirigentes das instituições financeiras multilaterais, incluindo o FMI, devem ser escolhidos segundo processos abertos e transparentes, sem restrição a candidaturas em função da nacionalidade", diz a nota.O candidato francês afirmou que fará uma viagem por 80 países, entre eles, Bolívia, China, Índia, México, Argentina e Chile. Ainda segundo ele, o papel do fundo na América Latina e África é promover a estabilidade financeira, desenvolvimento e combate à pobreza na região."Tenho consciência de que o fundo monetário estava em crise, que seu papel hoje é mal definido, que a imagem da América do Sul no passado era difícil e que tenho que mudar o fundo monetário. O mundo mudou. Se eu sou candidato, é para mudar o fundo monetário. Não pode ser a mesma política que havia no passado", completou.