Atletas brasileiros com deficiência têm patrocínios públicos e privados

01/08/2007 - 13h08

Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Alémdos recursos do programa Bolsa Atleta, que está financiando46,4% dos atletas que estarão nos Jogos Parapan-Americanos doRio de Janeiro, os atletas com deficiência contam com outrasfontes de recursos para promover as suas atividades, entrepatrocínios públicos e privados. Desde 2005, a CaixaEconômica Federal patrocina atletas de alto nível dentrodo programa Loterias Caixas Atletas Alto Nível.Neste ano,15 atletas e um atleta-guia recebem o auxílio, que tem trêsfaixas: R$ 5 mil, R$ 3,2 mil e R$ 2,6 mil. De acordo com a Caixa,estes programas têm critérios de seleçãoobjetivos e têm como meta a obtenção deresultados nos Jogos Parapan-Americanos e o preparo do Brasil rumo àsParaolimpíadas de Pequim 2008.O presidentedo Comitê Paraolímpico das Américas, o brasileiroAndrew Parsons, diz que também já é umarealidade os atletas terem patrocínios individuais, deempresas privadas. Segundo ele, ainda há mais dificuldadespara os atletas com deficiência conseguirem patrocíniodo que os atletas sem deficiência."Não háuma consciência plena no meio empresarial brasileiro que oesporte paraolímpico pode trazer retorno e como fazer ele darretorno”, afirma. Mas ele acredita que em poucos anos essaconsciência vai aumentar e as dificuldades sentidas serãopraticamente as mesmas. O CPB também disponibiliza o BolsaIncentivo para os atletas que integram a delegaçãobrasileira e não conseguiram nenhum outro tipo de apoio. Ovalor do auxílio é de cerca de R$ 1 mil mensais.Os atletascom deficiência do Brasil também recebem auxílioatravés do Comitê Paraolímpico Brasileiro. Desde2001, a Lei Agnelo Piva obriga que sejam destinados 2% de toda aarrecadação da Loteria Federal com venda de apostaspara instituições ligadas ao esporte olímpico eparaolímpico. O CPB recebe 15% do total arrecadado, o quecorresponde entre R$ 12 e 14 milhões por ano. “Com esserecurso o Comitê financia todo o movimento paraolímpicobrasileiro, paga a manutenção de entidades filiadas,além da manutenção e dos programas do CPB”,afirma Parsons.Para ele, adestinação desse recurso significou a “carta dealforria” do esporte paraolímpico brasileiro. “Conseguimossair de uma dependência de órgãos públicos,de cortes de orçamentos que muitas vezes nos atingiram. Orecurso próprio nos permite planejar e construir asestratégias”, avalia. No entanto, ele considera que a verbanão é suficiente para que o esporte paraolímpicose transformou. “O crescimento do movimento paraolímpico noBrasil acabou gerando mais demanda. Ampliou-se o número demodalidades, tem mais pessoas com deficiência praticandoesportes e se tornando atletas, então esses recursos ainda sãoinsuficientes”, afirma.Alémdo financiamento obrigatório, o CPB recebe apoio de empresasque, dentro de sua estratégia de marketing, quiseram seassociar ao movimento paraolímpico brasileiro. A CaixaEconômica Federal, através das Loterias Caixa, investiusó nesse ano R$ 4,8 milhões no ComitêParaolímpico Brasileiro. Segundo Parsons, a cada ano essepatrocínio vem crescendo: em 2004 foi cerca de R$ 1 milhão,em 2005 R$ 3,6 milhões e em R$ 2006, 3,8 milhões.Tambémexistem as organizações parceiras do CPB, como aUnimed, que, como parceira oficial da delegaçãoparaolímpica brasileira, concede planos de saúde paratodos os atletas das delegações, mais um apoio mensalem dinheiro. Já a Olympikus é a fornecedora oficial dematerial esportivo do CPB, com o mesmo padrão do materialutilizado pelos atletas nos Jogos Pan-Americanos.