Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Comissão de Ética Pública do governo federal reuniu-se hoje (30) no Rio de Janeiro. Entre os casos já analisados pelos integrantes da comissão está o do assessor especial da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, filmado no último dia 19 por um cinegrafista da Rede Globo fazendo um gestoobsceno ao tomar conhecimento de que uma falha mecânica poderia ser a principal causa do acidente com o avião da TAM. O secretário-executivo da Comissão de Ética Pública dogoverno federal, Mauro Sérgio Bogea Soares, disse que o órgão não deve se pronunciar sobre o caso ainda hoje. Segundo ele, a comissão tem por hábito informar primeiro aos envolvidossobre possíveis decisões tomadas em suas reuniões.“A reunião ainda está ocorrendo e a situação envolvendoMarco Aurélio Garcia foi abordada. Nós, porém, não divulgaremos nenhumadeclaração, até porque temos por hábito primeiro informar os envolvidos”, disse Soares.Ainda de acordo com ele, em geral, os pareceres daComissão de Ética são publicados na ata das reuniões e divulgadas na internet.A comissão reuniu-se hoje na sede do Ministério da Fazenda, no Rio de Janeiro,sob a presidência interina do ex-ministro Marcílio Marques Moreira.Ontem, em entrevista à Bandeirantes, Marco Aurélio Garcia disse que pôs o cargo à disposição do presidenteLula tão logo as imagens foram divulgadas pela Rede Globo. Em nota divulgada no dia 20, o assessor especial da Presidência da República pediu desculpas “aos que possam sentir-se atingidos” pela atitude que teve."O sentimento de que fui possuídoao ver o noticiário foi fundamentalmente de indignação. Sem nenhuma investigaçãoou parecer técnico consistente, importantes setores dos meiosde comunicação não hesitaram, poucas horasdepois do acidente, em lançar sobre o governo aresponsabilidade da tragédia de São Paulo”, criticou Marco Aurélio Garcia, em nota.A Comissão de Ética Pública, que avalia o caso do assessor especial, foi criada em maio de 1999 e está vinculada à Presidência da República. É formada por seis membros, escolhidos e designadospelo presidente da República, "com idoneidade moral, reputação ilibada econhecimentos da administração pública federal".As atividades da comissão envolvem revisão das normas que dispõem sobre a conduta ética na administração pública federal, elaboração e instituição doCódigo de Conduta das Autoridades no âmbito federal, além de avaliação e orientação sobre o comportamento público das autoridades.