Uso de drogas intravenosas é principal forma de contágio de aids no mundo, diz relatório

28/07/2007 - 14h50

Irene Lôbo e Bárbara Lobato
Da Agência Brasil
Brasília - Pessoas que consomem drogas intravenosas foram as mais infectadas pelo vírus HIV na Europa Oriental e na Ásia Central. Segundo relatório do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/aids (Unaids) de 2006, na Europa Oriental e na Ásia Central, duas em cada três infecções por HIV devem-se ao uso de seringas não esterilizadas, usadas para o consumo de drogas. A proporção equivale a cerca de 67% do total de infecções pelo vírus HIV na região.

Na Europa Ocidental e na Central, 740 mil pessoas estavam infectadas com o vírus da aids em 2006. A doença é fatal e atinge o sistema imunológico a ponto de tornar mortais infecções corriqueiras, como a gripe. Já na Ásia Central, havia no mesmo ano 750 mil pessoas infectadas com o vírus. Os profissionais do sexo representavam 5% do total de infecções nessas regiões.

Já os países da América Latina estão em segundo lugar no ranking das regiões que apresentam elevado número de pessoas infectadas com o vírus HIV em decorrência do consumo de drogas intravenosas. Ao todo, a América Latina tem 1,7 milhão de pessoas infectadas pelo vírus HIV. Destas, 19% contraíram o vírus usando drogas intravenosas e 26% em relações homossexuais entre homens.

Na Ásia Meridional e Sul-Oriental (excluída a Índia*), os clientes de profissionais do sexo são os mais infectados pelo vírus. Dos 7,8 milhões de pessoas infectadas, 40% contraíram o vírus tendo relação sexual com profissionais do sexo sem usar  preservativo. De acordo com o relatório, apenas 6% da população contraiu o vírus usando drogas intravenosas.

O relatório diz que é necessário trabalhar formas de prevenção nos setores da sociedade que apresentam elevado número de pessoas infectadas. De acordo com o relatório, há “necessidade de centrar estratégias eficazes de prevenção e tratamento em grupos de população que correm mais risco de adquirir infecções”.Um estudo realizado no Brasil constatou que 37% dos consumidores dedrogas intravenosas da Bahia, Rio Grande do Sul e São Paulo eramsoropositivos. Segundo a pesquisa, tais casos de infecção estavamassociados ainda à prisão dessas pessoas e ao fato de elas terem tidorelações sexuais com outros homens. De acordo com orelatório da Unaids, no Brasil, “as infecções por HIV contraídas por meiode drogas intravenosas têm diminuído muito, pois há uma redução no usode seringas não esterilizadas.