Números em rodoviárias mostram maior quantidade de viagens terrestres

28/07/2007 - 0h33

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Cansados da incerteza nos horários dos vôos e com um sentimento de insegurança nos aeroportos após o acidente em Congonhas, muitos passageiros têm optado por viagens de ônibus pelo país. Os números apurados em rodoviárias e na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) mostram a grande procura por viagens terrestres, principalmente depois do acidente com o avião da TAM, na semana passada.Na rodoviária Novo Rio, no Rio de Janeiro, houve um aumento de 30% nos embarques, principalmente para São Paulo. Além dos 83 ônibus diários que fazem o trajeto, foram colocados 40 carros-extras na sexta-feira (20) da semana passada, três dias depois do acidente. No sábado, foram 15 e no domingo, 35.Em Brasília, apesar da procura ser menor, também foram verificados aumentos no número de ônibus-extras para a capital paulista. Uma das empresas que mais fazem viagens interestaduais no país, por exemplo, chega a colocar cinco carros além da previsão diária para dar conta da demanda. E todos tem saído lotados.O funcionário público Rodrigo Bittencourt é um desses passageiros que optaram por viajar de ônibus para fugir do caos aéreo. De Brasília para Belo Horizonte, trajeto de sua viagem, preferiu enfrentar dez horas pelas estradas em vez de uma hora de avião.“Preferi o ônibus porque tinha mais garantia de que fosse chegar ao meu destino. Passei mais tempo, mas, pelo menos, cheguei no horário. Se fosse de avião, teria o risco de estar até agora dormindo no aeroporto e sem a possiblidade mínima de saber se o avião por acaso ia decolar, se o vôo não ia ser cancelado”, explicou.Além disso, o acidente com o avião da TAM deixou uma sensação de insegurança no Aeroporto de Congonhas.  “É um aeroporto que eu prefiro não usar mais”, disse Bittencourt. “Não é o problema de mudança de aeroportos, de mudança de vôos. O problema é a insegurança que deu”, disse o diretor da Associação Brasileira de Agência de Viagens (Abav), Leonel Rossi Júnior. “Isso é um prejuízo incalculável para a nação”, acrescentou.Dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) indicam que, desde o agravamento da crise aérea com o acidente do avião da TAM na semana passada, houve um aumento de 20% na procura por viagens terrestres no trecho Rio de Janeiro–São Paulo. Em outros trajetos, o aumento foi entre 10% e 15%.