Exame de mamografia mostra-se efetivo no diagnóstico precoce do câncer de mama

28/07/2007 - 10h18

Ana Luiza Zenker
Da Agência Brasil
Brasília - A mamografia é um instrumento que tem se mostrado efetivo no diagnósticoprecoce do câncer de mama, um dos tipo de câncer que mais matam entre mulheres.Trata-se de um exame de diagnóstico por imagem, que tem como finalidade estudar o tecido mamário. Esse tipo de exame pode detectar um nódulo, mesmo que este ainda não seja palpável.No entanto, segundo pesquisa apresentada neste mês por duas professoras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), quase metade das mulheres brasileiras com idade entre 50 e 69 anos nunca fez mamografia. O diagnóstico precoce é uma forma de preservar a vida da paciente. Quem já teve um caso de doença na família, ou foi a própria pessoa afetada pela doença, sabe bem o valor de iniciar um tratamento logo no início.É o caso de Maria Lizete da Silveira, de 51 anos, Elizabeth Cezar Nunes, de 52, e Gedálias Correia Lima, de 50. As três já tiveram nódulos nas mamas e conseguiram detectá-los logo no início, por fazerem o exame preventivo regularmente.Lizete conta que, por orientação médica, começou a fazer mamografias regularmente aos 35 anos, quando ainda morava em Porto Alegre. A partir dos 40 anos, por recomendação do serviço de saúde do banco onde trabalha, passou a fazer o exame de dois em dois anos e agora faz anualmente. Foi por  fazer as mamografias que conseguiu detectar precocemente dois nódulos nos seios, um seguido do outro. Teve que retirar os nódulos e fazer uso de medicação.No caso de Lizete, não houve nenhum problema maior. No entanto, sempre que o médico acha necessário, ela faz não só a mamografia, mas também ultrassonografia. Manter essa rotina de prevenção, disse ela, “dá segurança para o médico e dá segurança para mim”.Situação parecida foi vivida por Elizabeth. Há cerca de 15 anos, Elizabeth descobriu, por meio de mamografia, um nódulo na mama esquerda. Na hora, ficou de fato com medo, mas o susto durou pouco, pois o nódulo era benigno. Ter superado esse problema não fez com que ela descuidasse das mamografias, que faz a cada seis meses. “Se, antes, eu já tinha cuidado, agora aumentou mais ainda”, disse.“Hoje eu não me assustaria, porque faço acompanhamento e sei que, se me ocorrer alguma coisa, vou poder atender a tempo”, completou. Elizabeth, não fazer a mamografia deve ser falta de informação sobre o perigo do câncer de mama e os benefícios que o exame preventivo pode trazer.A história de Gedálias, entretanto, ainda não terminou. Desde os 45 anos, ela faz uma mamografia por ano. Ou, pelo menos, tenta fazer. “Não é muito caro, mas com o que eu ganho, não dá para fazer, mas agora que eu estou sentindo esse problema, a médica pediu”, disse ela. O problema a que Gedálias se refere é um nódulo, detectado há dois anos, além de fortes dores nas mamas, que começaram no início deste ano.Fazer o exame na rede pública é uma saída, mas ela ainda não conseguiu marcar a consulta. “Depois dessa [mamografia] que deu o nódulo, eu deixei lá meu nome, que fica na lista de espera, mas até hoje não fui chamada”, afirmou Gedálias. Ela disse, entretanto, que várias de suas amigas têm conseguido manter a rotina de prevenção nos hospitais públicos.