Retroescavedeiras retiram escombros no local do acidente em Congonhas

18/07/2007 - 8h02

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O comandante do Corpode Bombeiros, coronel Manoel Antonio Araújo,informou há pouco que a caixa preta do avião Airbus A-320 da TAM foiencontrada à 1h20 de hoje (18) e entregue às autoridadesaeronáuticas. Cerca de 100 homenstrabalham na busca das vítimas. Ainda há fumaçasaindo do prédio. Neste momento, retroescavadeiras retiram escombros a fim de abrir caminho para os bombeiroscontinuarem as buscas.A Companhia deEngenharia de Tráfego (CET) informou que a Avenida WashingtonLuiz, no sentido centro-bairros está bloqueada a doisquilômetros do local do acidente. Segundo a CET, háprevisão de liberar a via às 8h.Do local onde estãoos jornalistas, a impressão que se tem é de que sobrouapenas parte da asa esquerda do avião. Pela localizaçãodos destroços, parece que o avião chegou a bater emparte de um posto de gasolina localizado bem próximo ao prédioda TAM Express, que também foi atingido.De acordo comboletim divulgado no site do governo do estado, três das 14pessoas socorridas em hospitais da região sul da cidade de SãoPaulo morreram. Ainda há a confirmação de que,até agora, 26 corpos foram levados ao Instituto MédicoLegal (IML) central, perto do Hospital das Clínicas. Os bombeiros afirmam que já retiraram 39 corpos dos escombros.O Airbus 320, quetransportava cerca de 180 passageiros e tripulantes, decolou de PortoAlegre às 17h16, com destino a Congonhas, sem escala. Haviaprevisão de pousar às 18h50. A TAM disponibilizou uma linhatelefônica gratuita para familiares dos passageiros etripulantes: 0800 117900. A linha faz parte do Programa deAssistência às Vítimas e Familiares da empresa.A falta de aderência da pista é a causa mais provável do acidente. A opinião é do presidente da Sociedade Brasileira de Pesquisa emTransporte Aéreo (SBTA), Anderson Correia. "Esse aeroporto, como todossabem, tem uma certa limitação, tanto no tamanho quanto na qualidade dapista”, afirma.A pista em que ocorreu o acidente havia sido liberada após reforma há pouco mais de duas semanas. A liberação ocorreu antes que estivessem prontas as obras para aumentar a aderência do asfalto com os pneus de aviões. Essa parte da reforma estava sendo feita durante a madrugada e só ficaria pronta em setembro. O especialista em aviação civil e comercial Valtécio Alencar considera "crítica" a liberação da pista antes da conclusão da obra.Anderson Correia defende que Congonhas seja fechado para aviões de grande porte. Segundo ele, o aeroporto não tem condições mínimas de segurança para esse tipo de vôo. A redução das linhas que passam por Congonhas estava em estudo pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).O inquérito sobre o acidente com o vôo 3054 da TAM será instaurado nesta quarta-feira (18), segundo o procurador-geral de Justiça do Estado, Rodrigo Pinho. A Aeronáutica abriu investigações, logo após o acidente, conduzidas pelo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa).Durante o pouso, o avião da TAM atravessou a pista, passou pelo finaldo aeroporto e colidiu com um terminal de cargas da TAM, do outro ladoda avenida Washington Luis, em frente a Congonhas. Parentes de vítimas reclamam do atraso da empresa na divulgação de informações.