Gláucia Gomes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O vice-presidente da CPI do Apagão Aéreo na Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que o acidente do Airbus 320 da TAM será investigado pelos parlamentares. Ementrevista a emissoras da Radiobrás no início da noite de ontem, o deputadodestacou que não há relação entre o acidenteda Gol, ocorrido em setembro do ano passado por causa de falha humana, e o acidente com o aviãoda TAM, que tem características de "imprudência deautoridades aeroportuárias". Cunha criticou o fato de as autoridades aeroportuárias terem mantido aberta a pista do Aeroportode Congonhas depois do acidente com o avião da Pantanal, que derrapou na pista na última segunda-feira. Para ele, deveria ter sido determinado o imediato fechamento da pista. “Oponto principal está aí. Há alguma tendênciade que houve uma falha do piloto da TAM, mas se houve, foipressionado pelas condições meteorológicas epelas condições da pista, que já se sabia queestava escorregadia”.Segundo o deputado a CPI teráque mudar de foco, tão logo sejam retomados os trabalhos, em 1º de agosto. Para ele, a partir dos acontecimentos o governo também precisará rever sua postura diante daadministração aeroportuária.Cunha afirmou a crise aérea passou a ter uma dimensãomuito maior depois do acidente da Gol e, desde então, “todosestão tentando atuar de maneira a superar uma crise quenaquele momento ninguém conhecia, e agora passou a existir com uma força fenomenal”.Parao deputado, algo tem que ser feito e o governo também teráque fazer a sua parte. “A administração da Infraero [Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária],nesse caso, está deixando a desejar e já está nahora do presidente [Lula] intervir nesse processo , talvez atémudar toda a administração da Infraero”.Cunha lamentou a morte do deputado federal Júlio Redecker(PSBD/RS) e destacou que, apesar de a Câmara estar em recesso, antes de 1º de agosto [quando os trabalhos serão retomados] haverá tempopara que as investigações técnicas sejam feitas".Segundo ele, até lá é possível que os laudos tenham sido divulgados, que se conheça o conteúdo da caixa preta  e se possa “mudar o foco da CPI”.