Mantega volta a defender abertura na escolha de dirigentes de órgãos como FMI e Banco Mundial

13/07/2007 - 11h52

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Fazenda, GuidoMantega, reiterou hoje em nota distribuída à imprensaque o processo de escolha dos altos dirigentes das instituiçõesfinanceiras multilaterais como o Fundo Monetário Internacional(FMI) deve ser feito de forma aberta e transparente, sem restriçãoa candidaturas em função da nacionalidade.

Segundo Mantega “o entendimentoinformal” de que o cidadão norte-americano, indicado pelopresidente dos Estados Unidos, seja escolhido como dirigente do BancoMundial e de que o diretor-gerente do FMI seja um cidadão depaís europeu, “não encontra mais respaldo narealidade contemporânea”. Leia a seguir a íntegra danota:

“Recentemente,o Diretor-Gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI),Rodrigo de Rato, anunciou sua intenção de deixar ocargo após a próxima reunião anual do FMI/BancoMundial ( 19 a 21 de outubro de 2007). Tendo em vista o iníciodo processo de consultas sobre a escolha do novo Diretor-Gerente, oMinistro de Estado da Fazenda, Guido Mantega, vem reiterar, em nomedo governo brasileiro, a posição expressa por ocasiãoda recente sucessão no âmbito do Banco Mundial. Para oBrasil, os altos dirigentes das instituiçõesfinanceiras multilaterais, incluindo o FMI, devem ser escolhidossegundo processos abertos e transparentes, sem restriçãoa candidaturas em função da nacionalidade.

Oentendimento informal segundo o qual um cidadãonorte-americano, indicado pelo Presidente dos Estados Unidos, sejaescolhido como Presidente do Banco Mundial, e o Diretor-Gerente doFMI, escolhido entre os principais países da Europa Ocidental,não encontra mais respaldo na realidade contemporânea.Nesse sentido, reiteramos apoio aos termos do Comunicado Final daúltima reunião ministerial do G-20 financeiro(Melbourne – 2006) e à “Declaração do G-20sobre a Reforma das Instituições de Bretton Woods”,segundo os quais a seleção dos altos dirigentes do FMIe do Banco Mundial deve ser baseada no mérito, assegurada umaampla participação de todos os Estados-Membros.

Emprol da modernização e democratização dosmecanismos de governança no âmbito das instituiçõesfinanceiras multilaterais faz-se necessário superar pactosanacrônicos de partilha de poder. No que respeita ao FMI, seriade lamentar que o processo de reformas ora em curso nãotocasse diretamente o tema da seleção dos dirigentesmáximos do órgão. 

OBrasil considera todos os pontos da reforma institucional em cursocomo sendo temas interdependentes e necessariamente relacionados aoresgate da legitimidade, representatividade e eficácia dainstituição. Nosso país receberia como gesto decompromisso com a efetividade das reformas do FMI, a definiçãodos futuros Diretores-Gerentes do Fundo de acordo com critériosmeritocráticos, transparentes e multilaterais".