Tuma defende apuração sobre suplente de Roriz para evitar "abrigo de marginais"

06/07/2007 - 0h51

Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O corregedor do Senado, Romeu Tuma, defendeu hoje (6) investigação sobre o suplente do ex-senador Joaquim Roriz (PMDB-DF), Gim Argello (PTB-DF), que deve tomar posse do cargo na próxima semana. Para Tuma, não se pode “fugir de uma investigação” e a conduta ética deve ser permanente para o Senado não se tornar um “abrigo de marginais”.“Se o sujeito consegue burlar vindo para cá, tomando conhecimento, o Congresso tem obrigação de evitar que essa Casa não vire um abrigo permanente de alguns marginais, sem querer ofender, mas que tem praticado traição à população que nele confiou”, afirmou o corregedor do Senado, após encontro com o juiz da 1ª Vara Criminal Roberval Casimiro Belinardi. A reunião foi marcada em agradecimento ao envio da documentação sobre Roriz.Segundo Tuma, Belinardi pretende enviar informações sobre Gim Argello ao Supremo Tribunal Federal (STF) assim que o parlamentar tomar posse. “Ele [o juiz] disse que há comprometimentos sérios, que assim que o deputado Gim assumir ele vai mandar toda documentação para o Supremo e se a corregedoria abrir qualquer procedimento investigatório ele não terá dúvida ao encaminhar para esta casa.”Tuma discorda da tese de que Argello não poder ser processado por atos praticados antes do mandato. Ontem (5), o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), integrante do Conselho de Ética, disse que o suplente não deverá sofrer processo no colegiado, mesmo com os processos civis e criminais que enfrenta na Justiça. Na avaliação de Torres, fato anterior ao mandato não pode ser analisado pelo Conselho de Ética.Argello vai assumir vaga do ex-senador Joaquim Roriz, que renunciou ao mandato para evitar um processo de cassação no Senado Federal. Roriz seria investigado pelo Conselho de Ética em decorrência de uma escuta telefônica na qual combina a partilha de R$ 2,2 milhões com o ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), Tarcísio Franklin, investigado pela Polícia Federal.Gim Argello é presidente do PTB do Distrito Federal. Formado em Direito, nasceu em abril de 1962, em São Paulo. Foi deputado na Câmara Legislativa do Distrito Federal, casa que chegou a presidir na época que Roriz era governador.Acusado em 2002 de receber 300 lotes como propina, Argello é suspeito de causar prejuízo de R$ 1,7 milhão à Câmara Legislativa com um contrato de informática. A partir da posse no Senado, ele ganha direito ao foro privilegiado e todos os processos contra ele devem ser enviados ao STF.