Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O modelo de desenvolvimento do programa Ginga – software que permitirá a interatividade na TV digital – é exemplo para o país, segundo o assessor especial da Casa Civil da Presidência da República para Políticas Públicas de Comunicação, André Barbosa.“O projeto do software Ginga, segundo afirmou o próprio presidente da República, é um modelo a ser seguido no Brasil porque envolve a universidade no sentido de pulverizar o conhecimento para todas as regiões brasileiras; mais os radiodifusores que representam uma corporação importante da sociedade civil; e a indústria de recepção, de transmissão e de software”, afirmou Barbosa em entrevista à Agência Brasil.Ele acrescentou que “todos esses grupos se uniram para promover um projeto que deve modificar completamente as relações desse veículo [a TV], que já é o mais poderoso em termos de informação e penetração nos domicílios brasileiros, no sentido de prestar novos serviços que possam integrar e gerar inclusão social e digital”.O assessor especial da Casa Civil enfatizou que o governo federal, através dos vários ministérios que integram o Comitê de Desenvolvimento da TV Digital, apóia o projeto do Ginga, desenvolvido por pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB).O professor titular do Departamento de Informática da PUC-RJ, Luiz Fernando Soares, destacou a importância do apoio governamental para o desenvolvimento do Ginga. “Se não fosse o apoio do governo federal, dificilmente a gente teria hoje o middleware [programa intermediário] brasileiro. Particularmente, o papel da ministra Dilma Rousseff, que desde o começo apoiou a tecnologia nacional. De fato, se não fosse pela decisão do governo pela criação de empregos no país e uma nova tecnologia, dificilmente a gente teria conseguido emplacar tudo só pela qualidade técnica superior”, explanou.André Barbosa informou que os órgãos federais já investiram no projeto da TV digital em torno de R$ 100 milhões. O assessor da Casa Civil lembrou que os japoneses, que são parceiros do Brasil na escolha do padrão para a TV digital, dispõem de U$ 500 milhões para investir no projeto. “Eu acho que o Brasil deve entrar com um montante parecido”. Segundo ele, poderá ser concedido financiamento pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A migração de TV analógica para digital deverá ocorrer nos próximos dez anos, conforme previsto pelo governo.