Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A sessãoplenária do Senado na tarde de hoje (3) se converteu em debateaberto sobre a permanência ou não do presidente da Casa,Renan Calheiros, em seu cargo. O PSDB protagonizou o ataque a Renan,que preside a sessão, e peemedebistas fizeram a defesa dosenador, que é investigado pelo Conselho de Ética pordenúncias de que teria usado dinheiro de origem duvidosa parapagar pensão à jornalista Mônica Veloso, com quemtem uma filha.Renan reafirmou suadisposição de permanecer no cargo, alheio ao “apetitepolítico de ocasião” que tenta derrubá-lo,apesar de não haver provas contra ele.Os senadores tucanosArthur Virgílio (AM) e Tasso Jereissati (CE) anunciaram adecisão do partido de pedir oficialmente o afastamentotemporário de Renan, enquanto durarem as investigações.“[A permanência] do presidente Renan calheiros àfrente da Casa e todas as trapalhadas [do Conselho de Ética],que não cabe discutir, porque todo o Brasil étestemunha, como renúncias de relatores e de presidentes,erros de condução e procedimento, tiraram acredibilidade desta Casa e jogaram por água abaixo acredibilidade de cada um de nós senadores que hoje fazemosparte da Casa, como se não quiséssemos fazer umjulgamento limpo, adequado e respeitoso ao presidente Renan”,discursou Jereissati.Valdir Raupp (RO),líder do PMDB, contra-atacou. Segundo ele, o falecidogovernador Mário Covas manteve-se à frente do governode São Paulo nos anos 90 mesmo com 54 processos contra si. JáFernando Henrique Cardoso, segundo Raupp, terminou seu governo em2002 com 127 processos contra si e ainda “engavetou” váriasCPIs no Congresso.“Desafio quem fiquemais de dez anos ou até menos em cargos do Executivo que nãosaia com alguma denúncia do Ministério Público,da Assembléia |Legislativa ou dos partidos de oposição.Ninguém que não tenha processo transitado e julgadodeve ser considerado culpado ou alguém pode condená-lopor isso”, disse o líder peemedebista.Cristovam Buarque, doPDT, afirmou que seu partido também tomou decisão depedir o afastamento de Renan há algum tempo. Agripino Maia,líder do DEM, também deu apoio ao pedido tucano.