Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ao defender o fortalecimento da atuação da Polícia Federal (PF) no combateà corrupção, o ministro da Justiça, Tarso Genro, disse que também épreciso corrigir eventuais equívocos. A PF, afirmou o ministro, não é“imune a erros”. “Em primeiro lugar, nós temos que aproveitartoda a experiência que ocorreu até agora, que, na opinião do governo, éaltamente positiva, para corrigir eventuais equívocos que tenham havidonesse processo, o que é normal em qualquer instituição. A PolíciaFederal não é imune a erros, a sua síntese é altamente positiva para aRepública”.Tarso Genro deu as declarações hoje (3), após participar dolançamento da pedra fundamental da construção da Escola Superior dePolícia e da solenidade de formatura de 749 novos policiais federais,na Academia Nacional de Polícia, em Brasília. Em discurso durante acerimônia, ele afirmou que o poder de polícia é o “principal nervoexposto de um Estado”.Isso porque, de acordo com Tarso, é opoder de polícia que, entre outras atribuições, vai “dar sustentaçãoaos julgamentos do Poder Judiciário” e “exercer um controle sobreaqueles que tentam sacar vantagens pessoais do Estado brasileiro,aqueles que, em última análise, vivem da corrupção e do apelo ao delito”.Na avaliação do ministro, o fortalecimento da Polícia Federaltambém implica aumento do efetivo. Tarso disse que apresentou aopresidente Luiz Inácio Lula da Silva proposta de realização de concursopúblico para abertura de cinco mil vagas. “Temos que aumentar os efetivosda Polícia Federal para que ela possa ser cada vez mais capilarizada noterritório nacional e cumprir cada vez melhor as suas funções”.Oministro destacou ainda que a criação de vagas não significa "darmais poderes extraordinários para a Polícia”, mas sim reforçar ocontingente para a PF “cumprir melhor ainda sua função dentro da lei eda Constituição”. Segundo o diretor-geral do Departamento dePolícia Federal, Paulo Lacerda, o número de policiais federais passoude cerca de 7 mil, no início de 2003, para 11,5 mil, atualmente. Lacerdadisse que o aumento foi necessário para “suprir as necessidades de umórgão fundamental para as ações governamentais de combate ao crimeorganizado e à corrupção”De acordo com Tarso Genro, ofortalecimento da PF também passa pelas áreas técnica e científica.Nesse contexto, ele destacou a importância da Escola Superior dePolícia, um centro de especialização da PF que deve ser inaugurado nofinal de 2009.“A Escola Superior de Polícia é um dos elementosque vai concorrer para isso e vai articular com a sociedade e com aacademia os melhores diálogos, a melhor elaboração científica einclusive conectar as ações de polícia com aquilo que é produzidodentro da academia hoje em vários setores”.