Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O público brasileiro vai conhecer hoje (3) o software (programa de computador) Ginga, que oferece facilidades para o desenvolvimento de conteúdo para a televisão digital no país. O lançamento público do Ginga significa que ele já pode ser comercializado.
“O nome foi dado em reconhecimento à cultura, à arte e à contínua luta por liberdade do povo brasileiro”, afirmou, em entrevista à Agência Brasil, o professor do Departamento de Informática da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro(PUC/RJ), Luiz Fernando Soares.
Ele explicou que o middleware Ginga “é uma camada de software que dá suporte ao desenvolvimento rápido e fácil de aplicações de conteúdo para a TV Digital”. O software foi escolhido como padrão do Sistema Brasileiro de TV Digital.
O Ginga vem sendo desenvolvido há 18 anos pela PUC/RJ, muito antes de se pensar em ter televisão digital no Brasil. A entidade tem como parceira no projeto a Universidade Federal da Paraíba, por meio do seu Laboratório Lavid.
“Você tem dois tipos de linguagem que pode utilizar para desenvolver os conteúdos e aplicativos para a TV Digital: uma linguagem é chamada declarativa e a outra procedural. O que nós estamos tornando em código aberto é exatamente o software que entende as coisas que são desenvolvidas nessa linguagem declarativa, denominada NCL”. A outra linguagem é a procedural, que interpreta o ambiente Java, já conhecido de boa parte dos usuários de computadores.
Em outras palavras, o lançamento do middleware Ginga em código aberto significa que a PUC/RJ e o Lavid estão disponibilizando o software para o público em geral, “tanto para usar quanto para desenvolver aplicativos e até produtos em cima do Ginga”, esclareceu Soares.
O Ginga, em resumo, é uma camada de software que se coloca nos dispositivos de recepção de televisão. É ele que possibilita que haja interatividade na TV Digital. Durante a solenidade de lançamento, os técnicos do Departamento de Informática da PUC/RJ vão mostrar o Ginga dentro de um equipamento, para provar que ”ele já pode ser comercializado”, disse Luiz Fernando Soares.
Segundo o especialista, as empresas agora já podem comprar, embarcar e testar nos seus produtos específicos e vender“.O lançamento, que será feito no Instituto Militar de Engenharia (IME), antecedendo a abertura do Congresso Anual da Sociedade Brasileira de Computação, visa “a acabar com a idéia de que o middleware Ginga não existe ainda. Nós vamos mostrar que existe e vamos mostrar em um produto”, afirmou Soares.O preço da licença do Ginga por receptora deverá alcançar, no máximo, entre R$ 6,00 e R$ 8,00 por produto. Outras novidades relacionadas ao Ginga deverão ser anunciadas, prometeu Luiz Fernando Soares.O lançamento será às 15h40, no auditório do Instituto Militar de Engenharia (IME), na Praia Vermelha.