Indústria tem queda nas vendas reais e aumento em horas trabalhadas e capacidade instalada

03/07/2007 - 18h47

Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A indústria brasileira apresentou queda no faturamento em maio, a exemplo dos outros meses do ano, apesar do aumento no número de horas trabalhadas e na utilização da capacidade instalada, com a conseqüente oferta maior de empregos.As vendas reais recuaram0,5% em maio em relação a abril, que já havia caído 2,4% em relação amarço. Entre janeiro e maio, no entanto, a venda global da indústria cresceu 4% emrelação ao mesmo periodo de 2006.Em maio, as horas trabalhadas aumentaram 1,1% na comparação com o mês anterior. O uso da capacidade instalada também foi superior ao de abril em 1,7%. Oemprego na indústria cresceu 0,5% em maio.De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a queda no faturamento é fruto da valorização sucessiva do real frente ao dólar norte-americano, cujo valor médio foi de R$ 1,98 em maio - R$ 2,03 em abril e R$ 2,09 em março.Ao apresentar hoje (3) o resultado do boletim Indicadores Industriais relativo a maio, o economista da CNI Paulo Mol disse que o quadro atual deve continuar no segundo semestre do ano. "Porque a sobrevalorização do real frente ao dólar decorre da estabilidade da economia e da queda da taxa de juros anual, a Selic [taxa básica de juros da economia, hoje em 12% ao ano]", disse. "Por isso, a indústria precisa de mais desoneração tributária e de medidas fortes de incentivo fortes, além da redução da burocracia".Segundo a CNI, os setores mais prejudicados pela queda no faturamento são madeira, textil e de calçados. Os produtos manufaturados têm apresentado pior desempenho, sendo que os básicos e semi-manufaturados estão com vendas em alta.Alimentos e bebidas apresentou o melhor desempenho nas vendas em maio, com aumento de 1,2%. Em seguida está o setor de máquinas e equipamentos (0,9%); metalurgia básica (0,8%); e produtos químicos (0,6%).No acumulado de janeiro a maio, o segmento de máquinas e equipamentos aumentou as vendas em 14,1%; metalurgia básica,  em 9,6%; e produtos minerais não metálicos, em 9,3%.