Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) temmonitorado atentamente as condições climáticas no Paraná, devido aos indicativosde estiagem com conseqüências para a produção de trigo no estado. O Paraná, seguidodo Rio Grande do Sul, é o maior produtor de trigo do país.Segundo o diretor de Logística e Gestão Empresarial da Conab, Sílvio Porto, o levantamento dos possíveis prejuízos foi feito pelo Centro de Previsão deTempo e Estudos Climáticos doInstituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). "São dadosque podem mudar. Estamos atentos ao regime de chuvas, que podeimpactar a produtividade do trigo", informou Porto.O dirigente da Conab informou que outro problema no Paraná é a substituição da produção trigo pelomilho e pela cana-de-açúcar.Números divulgados pela companhia, na 10ª estimativa da safra 2006/2007 mostram queda de 3,2% na área plantada detrigo no estado, embora, no resto do país, o crescimento tenha chegado a 3,4%, comaumento em Goiás, Distrito Federal, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.Em todo o país, ainda comparando-se os números daConab, a safra 2006/07 de trigo registrou produção de 2,23 milhões de toneladas,queda de 54,2% na comparação com a safra anterior, devido à redução de 25,6% naárea plantada motivada pelos "baixos preços do produto na época da implantaçãoda cultura", e da queda na produtividade, que chegou a 38,4% por causa deproblemas climáticos.Preocupa ainda a Conab a produção de arroz no país por causa da instabilidade do preço. Conforme o Sílvio Porto, "o preço instávelpode ser um desestímulo e comprometer a próxima safra". Ele garantiu,porém, que não haverá problema no abastecimento, devidos aos estoques e àsimportações do produto."Historicamente, a gente sempre traz o produto daArgentina e do Uruguai. Portanto, o arroz vindo do Mercosul [Mercado Comum do Sul], dentro de umpatamar de 1,5 milhão de toneladas permite uma regularidade no quadro desuprimentos", disse.A safra de arroz 2006/2007 já foi concluída nas regiões Centro-Sul e Norte-Nordeste - a previsão do final da colheita épara outubro.A área cultivada, segundo informou a Conab, é de 3milhões de hectares, inferior à safra anterior em 1,7%. Além dos preços,influenciou na redução da área plantada o nível dos reservatórios de águadurante o plantio no Rio Grande do Sul, principal produtor. A produção nacional também deverá ter queda de 3,5% nacomparação com a última safra e chegara 11,3 milhões de toneladas. A redução deve-se, além da diminuição das áreas, àperda na produtividade em alguns estados do Norte-Nordeste e do Centro-Oeste.