Investimentos públicos no PPI somaram R$ 990,5 milhões de janeiro a maio

27/06/2007 - 20h09

Edla Lula
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Osinvestimentos públicos no Projeto Piloto de Investimento (PPI), quereúne obras em infra-estrutura e saneamento cujos gastos podem serabatidos do superávit primário (a economia feita pelo governo parapagar os juros da dívida) somaram R$ 990,5 milhões entre janeiro emaio. O valor é superior em quase 60% ao volume aplicado em PPI nomesmo período do ano passado, quando atingiu R$ 592,4 milhões. No entanto, a previsão do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) éde que o governo desembolse R$ 11,3 bilhões até dezembro. Apesar de o valorpago nas obras até agora estar longe dessa previsão, o secretário doTesouro Nacional, Arno Agustín, afirmou que até o fim do ano será alcançado esse montante. "Há uma evolução normal, com uma aceleraçãodos investimentos ao longo do ano", disse. Para Agustín, é normal o menor volume dos investimentos porque ainda há projetos para aprovação e no fim do ano as liberações são mais intensas. "Nós continuamoscom o objetivo traçado pelo governo, de que o conjunto de investimentosprevistos para este ano seja realizado", garantiu.Os investimentostotais, incluindo o PPI e mais R$ 3,8 bilhões ainda do Orçamento do anopassado, somaram R$ 4,5 bilhões nos cinco primeiros meses do ano. A previsão de investimentos para o ano todo é de R$ 16,4 bilhões.Agustíntambém comentou que, embora o mês de maio tenha revelado um crescimentode despesas e reduções de receitas, o governo cumprirá a programaçãofinanceira e a meta de superávit primário para este ano, estabelecidaem 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB, a soma das riquezas produzidas no país)."Tivemosnos primeiros cinco meses um superávit de R$ 38 bilhões. Isso reflete oque se propôs tanto de primário quanto de evolução de receitas edespesas", disse o secretário, ao comentar que no mês de maio é comum aredução das receitas, já que em abril sempre há excesso de arrecadaçãoproveniente do Imposto de Renda. Segundo Agustín, as despesas de 2007tiveram um crescimento menor que em 2006 e as receitas estão crescendonum ritmo menor, porém crescem mais que as despesas, o que dá garantiade que as contas estão sob controle: "A convergência disso mostra umasituação fiscal de longo prazo bastante positiva".O relatório do Tesouro Nacional, apresentado hoje (27), aponta que enquanto asreceitas aumentaram 3,7% acima do crescimento do PIB entre 2005 e 2006,neste ano estão crescendo 3,4% em relação ao ano passado. Essa mesmacomparação, no caso das despesas, revela uma desaceleração maisacentuada, caindo de 7,2%, entre 2005 e 2006, para 2,5% entre o anopassado e este ano. "Há, aí, uma solidez no equilíbrio das contas",afirmou Agustín.