Próximas ações contra a transposição dependem de atitudes do governo, diz CPT

26/06/2007 - 20h03

Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A ocupação de uma fazenda em Cabrobó (PE), com o objetivo de tentar impedir a continuidade das obras de integração do Rio São Francisco, é só o começo das manifestações, de acordo com a agenda da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Roberto Malvese. Ele disse que os próximos passos dos manifestantes irão depender de como o governo irá tratar a questão. "A sequência das atitudes que a sociedade civil vai tomar vai depender das atitudes do governo”, afirma.Segundo ele, a ocupação manifesta a reação da sociedade brasileira ao início das obras. “É para manifestar para o governo que a sociedade civil do Vale do São Francisco não está omissa, que nós estamos acompanhando o processo e vamos continuar protestando contra a transposição e propondo um outro tipo de solução para o Semi-Árido brasileiro que realmente satisfaça as necessidades básicas do nosso povo”, explica.Malvese explica que a ocupação tem caráter permanente, pois os índios Trukás, nativos da região, consideram que a área ocupada é de propriedade deles e que isso não foi respeitado pelo governo. “Os índios estão decididos a ocupar a sua área , e estão aproveitando o momento para ocupar a área e ali permanecer definitivamente”, disse o representante da CPT.Segundo o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, a fazenda ocupada já foi desapropriada para a execução das obras, portanto é de propriedade da União. Geddel afirma que o governo deve entrar com ação de reintegração de posse. Ele garante que o impasse com os índios Trukás já foi resolvido pelo governo.