Diretores garantem que Petrobras não terá gastos com ajuda a estatal boliviana

26/06/2007 - 20h54

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Petrobras nãogastou ou gastará qualquer recurso com o seguro, feito nasexta-feira (22), para as duas refinarias que possuía naBolívia e que foram vendidas à estatal YPFB(Yacimientos Petroliferos Fiscales da Bolívia) por US$ 112milhões. A explicação é do gerenteexecutivo do Cone Sul da estatal brasileira, Décio Oddone, quegarantiu que a operação foi feita sem prejuízoaos acionistas.Dos US$ 112 milhões,acrescentou, US$ 56 milhões foram depositados no dia 11 e umacarta de fiança bancária garante o pagamento àPetrobras da segunda parcela, no mesmo valor, no dia 11 de agosto. Aestatal brasileira ajudou no processo junto à seguradora LaBoliviana Ciacruz de Seguros e Reaseguros, mas caberá àYPFB garantir o controle das duas refinarias com esse pagamento.“Foi uma colaboraçãocom a YPFB. Eles não têm a experiência que nóstemos. Então, foi mais um apoio no sentido de concluir asnegociações, mas não existe compromissofinanceiro nosso, nem nenhuma garantia econômica nossa sobreesse seguro”, explicou o diretor da Área Internacional,Nestor Cerveró.O seguro serápago pela YPFB, que passa a deter o controle das duas refinarias, semnecessidade de apresentação de garantia pela Petrobras.Cerveró explicou que a Petrobras garante apenas a capacitaçãoe o treinamento dos ex-empregados que responderão pelaoperação das refinarias.A negociaçãodas refinarias vem desde a nacionalização do setor depetróleo e gás pelo governo da Bolívia, em maiode 2006. Décio Oddone destacou o retorno do capital investidopela Petrobras, garantido pelas condições acordadas. APetrobras Bolívia Refinación (PBR) foi constituídaem 1999 para operar as duas refinarias, adquiridas por U$ 102 milhõespor um consórcio formado pela estatal brasileira e a PerezCompanc, que foi comprada posteriormente pela empresa.Durante o tempo em queficaram sob o controle da Petrobras, as refinarias em Cochabamba eSanta Cruz geraram um lucro líquido de U$ 139 milhões,dos quais U$ 126 milhões distribuídos aos acionistas atítulo de dividendos.