Renan reafirma que não há crise institucional nem risco de paralisia no Senado

22/06/2007 - 0h23

Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse hoje (22) que não há risco de paralisia na Casa. Mesmo com processo aberto contra ele no Conselho de Ética, Renan avisou que não há crise institucional envolvendo o Senado. “Não há risco de paralisia. Não há nada a explicar, as explicações que tinham de ser dadas eu já dei, autentiquei a veracidade delas, de modo que estou absolutamente tranqüilo, cumprindo meu papel, cuidando das minhas responsabilidades como sempre fiz”, afirmou. Renan disse que nesta semana o Senado votou duas medidas provisórias, recebeu chefes de Estado e as comissões permanentes funcionaram normalmente. “Eu não vou permitir é que o Senado entre em crise institucional. Quem está pensando nisso está redondamente enganado. O Senado é uma instituição importante, tem 180 anos, construiu a democracia brasileira, insubstituível, nós temos é que fortalecer o Senado. Eu fiz questão de entregar os meus documentos, que são verdadeiros atestados, mas eu não vou permitir de forma nenhuma que façam devassa na vida de nenhum senador”, ressaltou. Renan responde a processo no Conselho de Ética do Senado por quebra de decoro parlamentar. O P-SOL entrou com representação contra o presidente da Casa, após denúncias de que um funcionário da construtora Mendes Júnior pagaria contas pessoais do senador. Depois da apresentação de documentos de defesa por Renan, o Jornal Nacional, da TV Globo, fez uma reportagem que apontava contradições nas notas fiscais apresentadas. A partir daí, a Polícia Federal periciou o material para checar sua autenticidade. Entre os papéis, estavam declarações de Imposto de Renda e extratos bancários, que comprovariam a origem de recursos para pagamento de pensão alimentícia à filha do senador com a jornalista Mônica Veloso.O senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA), indicado como relator, pediu arquivamento do caso na última sexta-feira (15). Os senadores reivindicaram mais tempo para votar. Na segunda-feira (18), Cafeteira pediu afastamento por 10 dias por problemas de saúde. O presidente do Conselho de Ética, Sibá Machado (PT-AC), passou a procurar um relator ad hoc que representaria Cafeteira durante a votação. Foi indicado o senador Wellington Salgado (PMDB-MG) que acabou pedindo afastamento na quarta-feira (20) depois de alguns conselheiros pedirem adiamento, para análise do laudo feito pela Polícia Federal nos documentos apresentados por Renan. O processo está sem relator. O presidente do Conselho de Ética disse que até domingo (24) escolherá um senador para a relatoria do caso. Os senadores do conselho resistem em votar o relatório de Cafeteira sem que todas as dúvidas sobre as informações fornecidas por Calheiros sejam dirimidas. Sibá Machado negou que esteja em andamento qualquer medida protelatória nas investigações e reconheceu que enfrenta dificuldades para encontrar um senador que aceite conduzir o processo.