Diretor do Ministério da Justiça defende pesquisas sobre influência da mídia na vida da população

22/06/2007 - 7h37

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Uma Conferência Nacional de Comunicação deve ter como política a realização de pesquisas que avaliem os impactos da programação exibida no rádio e na televisão, por exemplo, na vida das pessoas. Esta foi a sugestão do diretor do Departamento de Justiça e Classificação Indicativa do Ministério da Justiça, José Eduardo Elias Romão. Ele participou ontem (21) do Encontro Nacional de Comunicação, realizado na Câmara dos Deputados, com o objetivo de propor as bases de discussão para a conferência.De acordo com Romão, pesquisas do Ministério da Justiça comprovaram que, em alguns casos, crianças que assistem cenas de lutas com espadas, por exemplo, brincam com espetos de churrasco. “É importante saber se as crianças submetidas a cenas como essas durante anos se tornarão adultos violentos ou amedrontados, o que significa pouco cidadãs”, argumentou.As pesquisas poderiam também desvendar os mercados regionais de mídia e auxiliar na condução de uma programação plural. Cenas de violência, explica, podem ser interpretadas de diferentes maneiras no país. “ O que não é violência no Leblon (RJ) pode ser em São Félix do Araguaia (MT)”, exemplificou. Ainda segundo Romão, é preciso pensar parâmetros para os conteúdos de comunicação, que devem respeitar os direitos humanos. Ele citou programas de humor, por exemplo, que ridicularizam homossexuais e podem ser responsáveis por atos violentos contra essa população. “Temos que pensar no potencial de devastação de apenas uma cena”, acrescentou. O Encontro Nacional de Comunicação reúne parlamentares, representantes do governo federal e da sociedade civil e tem como objetivo discutir as bases para uma Conferência Nacional de Comunicação. O objetivo do encontro será propor políticas públicas para o setor.