Aumenta número de refugiados no mundo

19/06/2007 - 18h38

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Cerca de 10 milhões de pessoas vivem refugiadas no mundo devido a perseguições, intolerância e violência, segundo relatório global do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), divulgado hoje (19), em Genebra. O estudo 2006 Global Trends (Tendências Globais de 2006) mostra que no ano passado, o número de refugiados aumentou pela primeira vez desde 2002 – crescimento de 14%. No Brasil, são cerca de 3.400, de quase 70 países.A ONU aponta os distúrbios ocorridos no Iraque desde a invasão dos Estados Unidos como uma das causas da elevação de deslocamentos no mundo. Até o final de 2006, mais de 1,5 milhão de iraquianos haviam solicitado refúgio em outros países, principalmente na Síria e Jordânia. O relatório mostra, porém, que o maior grupo de refugiados não é de iraquianos, mas de afegãos (2,1 milhões).Também há um grande número de refugiados do Sudão (686 mil), Somália (460 mil), República Democrática do Congo e Burundi (cerca de 400 mil cada). As estatísticas não incluem os cerca de 4,3 milhões de refugiados palestinos, pois estes são assistidos pela Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA).Além dos refugiados, há os deslocados internos, aqueles que deixaramsuas casas por ameaças à segurança, mas ficaram no mesmo país (nãocruzaram fronteiras internacionalmente reconhecidas). Até o fim de2006, o número de deslocados sob proteção e assistência do Acnuratingiu cerca de 13 milhões, quase o dobro do ano anterior.No Brasil, os africanos constituem o maior grupo de refugiados. Mas o que mais cresce é o de colombianos: 300% entre 2004 e 2006. O Brasil foi o primeiro país do Cone Sul a ratificar a Convenção de 1951 sobre o Estatuto dos Refugiados (em 1960).Em 1997, o Brasil ratificou a primeira lei nacional de refúgio na região, segundo a Acnur. Atualmente, implementa o programa de Reassentamento Solidário, que oferece soluções para os refugiados com problemas de segurança e integração no primeiro país de asilo.