Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os recentes escândalosenvolvendo parlamentares, servidores públicos, empresáriose até parentes do presidente da República ajudam adifundir entre a população brasileira a percepçãode que a Justiça e a polícia intensificaram o combate àcorrupção, agindo mais severamente contra os chamadoscrimes de colarinho branco. A opinião é dosecretário-executivo da Controladoria-Geral da União(CGU), Luiz Navarro, que concedeu entrevista ao programa RevistaBrasil, da Rádio Nacional, na sexta-feira (15).Para Navarro, o fato depessoas influentes, suspeitas de envolvimento em atividades ilícitas,serem alvos das investigações policiais indicam umamudança. “É muito importante que essas operaçõesda PF estejam atingindo pessoas do alto escalão. Issodemonstra que o combate à corrupção nãose dá apenas nos níveis mais baixos, dos peixespequenos, mas que o alvo são os peixes graúdos”.Na avaliação do secretário=executivo, asoperações policiais realizadas nos últimos mesessão “exemplares”. “Tanto do ponto-de-vista dosservidores públicos, que passam a ficar mais atentos, cientesde que não ficarão impunes, quanto para a sociedade emgeral, que fica sabendo que não é mais possíveltolerar o ambiente de impunidade em que o Brasil viveu por tantotempo”.Navarro disse que osórgãos de controle e defesa do Estado, como o Tribunalde Contas da União (TCU), o Ministério Público(MP), a Polícia Federal (PF) e a própria CGU, estãoatuando de forma conjunta e sistemática para combater àcorrupção. “Não se trata mais de apenasdescobrir um escândalo hoje e outro daqui a dez anos, mas simde trabalhar o tempo inteiro, incessantemente, tentando estrangularesse tipo de criminalidade para que novos casos não ocorram”.Segundo o secretário,os próprios servidores têm ajudado os órgãosde controle, denunciando esquemas irregulares. “Ninguém querter sua imagem associada à pessoas corruptas, que nãotrabalham. Então, até mesmo para o servidor, éimportante que essas operações ocorram”.