Aulas no Complexo do Alemão devem ser retomadas na próxima semana, diz secretário

11/06/2007 - 16h07

Mariana Rozadas e Vitor Abdala
Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Depois de um mês e meio paradas, as aulas das escolas e creches municipais da favela Vila Cruzeiro, no Complexo do Alemão, zona Norte do Rio de Janeiro, devem ser retomadas na próxima segunda-feira (18). A informação foi divulgada pelo secretário municipal de Assistência Social, Marcelo Garcia, depois de uma reunião com o comandante-geral da Polícia Militar do Rio de Janeiro, coronel Ubiratan Ângelo, e com professores e diretores dessas escolas, ocorrida na manhã de hoje (11), na favela.Quase cinco mil alunos de escolas e creches municipais da região estão sem aulas há mais de um mês por causa dos constantes confrontos entre policiais e traficantes, desencadeados pela ocupação do Complexo do Alemão pela Polícia Militar, iniciada no dia 2 de maio.No encontro com o comandante e com o secretário de Assitência Social, os diretores e professores das escolas apresentaram um cronograma de retorno às aulas. Além disso, foi criado um Comitê de Soluções, que se reúne novamente às 18 horas de hoje, com o Comando da PM."As aulas não estão paradas por causa da polícia, elas estão paradas por causa do crime. Vamos pedir aos pais que retomem a tranqüilidade e voltem com seus filhos para a escola. O espaço da educação é um espaço seguro”, disse o secretário.Segundo ele, inicialmente, as aulas serão concentradas na escola Ciep Gregório Bezerra. A idéia é que, gradualmente, as outras cinco escolas e três creches retomem as atividades.Apesar do cronograma de retorno das atividades, o comandante da PM, coronel Ubiratan Ângelo, disse que não há, por enquanto, possibilidade de volta às aulas, porque traficantes ainda estão entrando em confronto com policiais.Ao chegar e ao sair do encontro com os professores, o carro de Ubiratan Ângelo foi alvejado por tiros. Enquanto acontecia a reunião, também houve troca de tiros com policiais no Complexo do Alemão. O confronto deixou um policial militar ferido. Desde o início da ocupação da polícia, 17 pessoas morreram e cerca de 60 ficaram feridas.